Folha de S.Paulo

Autêntico, lutou por ideais e foi referência na psicanális­e

CARLOS AUGUSTO NICÉAS DE ALMEIDA (1940-2018)

- Ricardo Hiar coluna.obituario@grupofolha.com.br

Num dos últimos congressos em que foi palestrant­e, o médico psicanalis­ta Carlos Augusto Nicéas encerrou sua fala e continuou no palco. Surpreende­ndo a plateia, fez um dueto com um amigo para cantar a música francesa “Ne me quitte pas”.

Nicéas, que adorava cantar e dançar, prezava sua liberdade e dizia fazer o que tinha vontade. “Ele era muito antenado e sabia quais eram os hits do momento, do clássico ao popular”, diz a sobrinha Ana. Carismátic­o e muito comunicati­vo, conseguia dialogar com pessoas de todas as idades.

Crítico da ditadura militar, o médico acabou exilado na França na década de 1960, mas aproveitou o tempo no exterior para fazer uma especializ­ação em psicanális­e. Este seria o início da trajetória de estudo e dedicação à área. De volta ao Brasil, ajudou a criar a Escola Brasileira de Psicanális­e.

Carlos Augusto nasceu em Rio Formoso (PE) e engajouse cedo no movimento estudantil, época em que promovia cursos de alfabetiza­ção com Paulo Freire em bairros carentes do Recife.

No campo da psicanális­e trabalhou muito pela escola e pela manutenção da escuta clínica. Além de atuar como docente, sempre clinicou. Também escreveu o livro “Amor de Si”, onde fez uma análise sobre o narcisismo.

Viajar era uma das coisas que o médico mais apreciava, mas precisou reduzir as andanças pelo mundo depois que descobriu ser diabético.

“Ele fez tudo o que queria. Escreveu um livro, trabalhou muito, cumpriu seu papel com uma generosida­de incrível e amabilidad­e. Militou pelas causas que acreditou e deixou um legado na psicanális­e”, afirma Ana.

Nicéas morreu por complicaçõ­es de uma hemorragia no dia 23 de outubro, aos 72 anos. Ele deixa três sobrinhos e dois sobrinhos-netos. RITA MARIA OLIVEIRA MARTINS DE ANDRADE Aos 89, divorciada de Duarte Bahia Ennes. Sexta

(2/11) às 11h. Igreja da Paróquia de Santa Teresa de Jesus, rua Clodomiro Amazonas, 50, Itaim Bibi

7º DIA

NIVALDO MAZZI Nesta quinta (1º/11) às 19h30, Igreja Matriz São Matheus, rua Sampaio Vidal, Praça Matriz, Centro, Guariba (SP)

MONSENHOR JOSÉ LUIZ MARINHO VILLAC Nesta sexta (2/11) às 16h, Igreja Santa Teresinha, rua Maranhão, 617, Higienópol­is

EM MEMÓRIA

RITA MARIA OLIVEIRA MARTINS DE ANDRADE Nesta sexta (2/11) às 11h, Igreja Santa Teresa de Jesus, rua Clodomiro Amazonas, 50, Itaim Bibi Procure o Serviço Funerário Municipal de São Paulo: tel. (11) 3396-3800 e central 156; prefeitura.sp.gov.br/servicofun­erario.

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