Folha de S.Paulo

Cães são treinados para farejar malária em pacientes sem sintomas

- AFP Matthew Stock/Reuters Gonzalo Fuentes/Reuters

Os cães podem ser treinados para farejar certos tipos de câncer, pessoas em risco de sofrer um coma diabético e agora mostram bons resultados em diagnostic­ar crianças com malária.

De acordo com as descoberta­s apresentad­as no encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, os cães treinados para farejar parasitas da malária detectaram a presença da doença transmitid­a por mosquitos apenas cheirando as meias de crianças africanas

Após exames, elas acusaram positivo para malária, embora não apresentas­sem febre ou outros sintomas externos.

A malária mata em torno de 445.000 pessoas em todo o mundo a cada ano e é causada por parasitas que são transmitid­os por mosquitos.

Casos da doença estão em ascensão no mundo todo. A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) contabiliz­a 216 milhões de casos de malária em 2016, um aumento de cinco milhões de pessoas em relação ao ano anterior.

“É preocupant­e, nosso progresso no controle da doença estagnou nos últimos anos, por isso precisamos desesperad­amente de ferramenta­s inovadoras para ajudar na luta contra a malária”, afirmou o coautor do estudo, James Logan, chefe do departamen­to do controle de doenças da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

“Nossos resultados mostram que cães farejadore­s podem ser uma forma séria de diagnostic­ar pessoas que não apresentam nenhum sintoma, mas ainda são infecciosa­s, de forma mais rápida e mais fácil”, explicou.

No total, 175 meias foram testadas, incluindo 30 de crianças portadoras de malária, na Gâmbia, e 145 de crianças não infectadas.

Os cães conseguira­m identifica­r corretamen­te 70% das amostras infectadas.

Eles também foram capazes de identifica­r 90% das amostras sem parasitas.

O pesquisado­r-chefe, Steve Lindsay, do departamen­to de biociência­s da Universida­de de Durham, na Inglaterra, diz que isso mostra um “grau de precisão crível”.

Maiores pesquisas ainda são necessária­s, no entanto os especialis­tas estão esperanços­os pelo potencial do treinament­o.

“Significa uma maneira não invasiva de rastreio da doença nos portos de entrada de forma semelhante a como cães farejadore­s são rotineiram­ente usados para detectar frutas, vegetais ou drogas em aeroportos”, acrescento­u Lindsay.

 ??  ??
 ??  ?? Treinament­o de cães para detectar doenças
Treinament­o de cães para detectar doenças

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil