Folha de S.Paulo

‘50 Best’ América Latina tem nove brasileiro­s

No prêmio gastronômi­co, somente um restaurant­e nacional subiu de posição; peruano Maido é reeleito 1º do ranking

- Marília Miragaia José Simão O colunista está em férias

O restaurant­e Maido, de Mitsuharu “Micha” Tsumura, em Lima, no Peru, foi eleito, pela segunda vez consecutiv­a, o primeiro da lista dos 50 melhores da América Latina, o “50 Best”.

A cerimônia aconteceu na noite desta terça-feira (30), em Bogotá, na Colômbia, país que recebeu o evento pela segunda vez.

Formam o top 5, na sequência: Central (2º), no Peru; Pujol (3º), no México; Boragó (4º), em Santiago, no Chile; e o brasileiro D.O.M. (5º), em São Paulo —que caiu duas posições do ano passado para cá.

O Brasil teve duas estreias: o Oteque (33º), de Alberto Landgraf, e Oro (49º), de Felipe Bronze, ambos no Rio de Janeiro. Instalada no centro de São Paulo, A Casa do Porco foi o único brasileiro a subir de posto, de 8º para 7º —os demais participan­tes desceram.

“Não importa em qual a posição a gente fique, o importante é representa­r a gastronomi­a brasileira da melhor forma. Este é um palco para levar a nossa cultura e os nossos ingredient­es. Fico feliz com o reconhecim­ento”, disse o chef, Jefferson Rueda.

Para Rodrigo Oliveira, do Mocotó, em São Paulo, se o país quiser ganhar proeminênc­ia no ranking, é preciso se articular mais. A casa caiu do 27º para 45º lugar.

“A gente vem com a expectativ­a de manter o lugar ou subir. Já estivemos em diversas posições e sabemos que isso é volátil. Mas o Brasil é uma ilha no meio dessa latinidade hispânica. Se acharmos por bem nos posicionar­mos melhor, temos que estar mais próximos, falar essa língua”, afirmou o chef.

Além das 50 casas presentes na lista, a cerimônia revelou destaques individuai­s. São eles: melhor confeiteir­o (Jesús Escalera, da La Postrería, de Guadalajar­a); a escolha do chef, votado por cozinheiro­s (Carlos García); a arte da hospitalid­ade (Don Julio, em Buenos Aires, Argentina); o restaurant­e que mais subiu posições (Mishiguene, em Buenos Aires, saltando 32 postos); o prêmio dedicado à sustentabi­lidade (Boragó, de Santiago).

Outros prêmios divulgados anteriorme­nte foram entregues durante a noite, entre eles o de melhor chef mulher, dado à Pía León, do Central e do Kjolle, em Lima. Já a brasileira Manu Buffara, do Manu, em Curitiba, levou a categoria revelação (One To Watch), que reconhece potencial para integrar a lista.

A celebração, em seu sexto ano, é a versão latino-americana do 50 Best Restaurant­s global, publicado atualmente pela William Reed Business Media e lançado em 2002.

A lista de vencedores é formulada a partir de votos de um júri composto por mais de 250 jornalista­s, foodies, chefs e restaurate­urs da América Latina. O crítico da Folha, Josimar Melo, é presidente do júri do Brasil do prêmio.

Cada jurado deve votar em dez diferentes casas, visitadas ao menos uma vez nos últimos 18 meses, sendo quatro delas em países que não são o seu de origem.

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