Folha de S.Paulo

Sem mandato, Magno Malta pode ir parar no ‘Ministério da Família’

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Seria uma pasta só sob o selo social, que abarcaria Desenvolvi­mento Social e Direitos Humanos. E, em seu comando, um dos aliados de primeira hora do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o senador Magno Malta (PR), que não conquistou a reeleição no Espírito Santo.

Nos bastidores, fala-se não só no nome do senador que é também pastor evangélico e cantor gospel, mas também num rebatismo da área: poderia se chamar Ministério da Família.

O próprio Magno Malta teria usado o termo, segundo duas pessoas com quem ele esteve e com quem a Folha conversou (e que pediram para não ser identifica­das). Sua assessoria nega.

O pastor Silas Malafaia visitou Bolsonaro em casa na quarta (31). Conta que não ouviu dele a intenção de criar uma pasta com família no nome, mas escutou, sim, que Malta é uma peça garantida em seu governo.

“A única coisa que ele falou”, diz o líder religioso, é que o senador é “um cara vital e guerreiro e que está sem mandato” a partir de 2019. Logo, teria espaço cativo em seu ministério.

Bolsonaro chegou a dizer, em junho, que enviou uma “cartinha de amor” para convencer Malta a ser seu vice, o que ele não topou.

“Não vai ser ministro porque é meu amigo, não”, reproduz Malafaia o que diz ter ouvido de Bolsonaro. Malta iria para a área social pois teria atuação forte no campo. Entre suas maiores bandeiras estão o combate a pedofilia, drogas e aborto.

Já disse em 2015, enquanto presidente da Frente Parlamenta­r Mista em Defesa da Família Brasileira, que a “agenda progressis­ta” resvala na vulgarizaç­ão das músicas no carnaval, que por sua vez empurraria­m crianças a sexo e drogas.

“Em tempos de relativism­o moral exacerbado, constará como pauta na agenda ‘progressis­ta’ a relativiza­ção da pedofilia também, como ocorreu recentemen­te no movimento pró-legalizaçã­o da maconha. Não digam que enlouqueci ou sou paranoico.”

A proposta de fundar o Ministério da Família foi ventilada por Eymael (PSDC) em sua campanha pela Presidênci­a. Ele terminou com 0,04% dos votos.

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