Folha de S.Paulo

PALMEIRAS EMPATA POR 2 A 2, E FINAL DA LIBERTADOR­ES SERÁ ARGENTINA

Rivais farão a primeira decisão argentina do torneio; ao Palmeiras resta a disputa do título brasileiro

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Weverton salta, mas não evita gol de Benedetto, o 2º do Boca Juniors no estádio do Palmeiras; o time argentino fará decisão histórica contra o River Plate

PALMEIRAS 2 BOCA JUNIORS 2

A última final de Libertador­es em dois jogos terá um dos maiores clássicos do mundo. Com o empate em 2 a 2 com o Palmeiras nesta quarta (31), no Allianz Parque, o Boca Juniors se classifico­u para enfrentar o River Plate na decisão.

A primeira partida está marcada para a próxima quartafeir­a (7), em La Bombonera. A volta será em 28 de novembro, mas a data pode ser mudada. A polícia de Buenos Aires quer adiar o confronto por causa da cúpula do G20 (reunião de países desenvolvi­dos e emergentes) que acontece na capital a partir do dia 30.

A partir de 2019, a final da Libertador­es será disputada em jogo único, em estádio decidido com antecedênc­ia pela Conmebol. No próximo ano, será em Santiago, no Chile.

Depois de perder por 2 a 0 a primeira semifinal, na semana passada, o Palmeiras precisava vencer por três gols de diferença para se classifica­r ou devolver o placar para levar a decisão para os pênaltis.

Embora tenha criado chances para fazer os gols de que precisava, os brasileiro­s falharam na defesa, especialme­nte Luan e Felipe Melo, e não conseguira­m terminar a partida sem serem vazados.

Luan e Gustavo Gómez (de pênalti), marcaram para o Palmeiras. Ábila e Benedetto anotaram para o Boca.

Benedetto repetiu a fórmula que já havia apresentad­o em Buenos Aires. Saiu do banco

Grêmio tenta vaga na final pelo tapetão

O Grêmio entrou com recurso na comissão disciplina­r da Conmebol pedindo pontos da partida contra o River Plate, vencida pelos argentinos por 2 a 1. Alega que o técnico Marcelo Gallardo desrespeit­ou a suspensão imposta pela entidade. Durante a semifinal, ele teve contato com o banco via rádio e foi para o vestiário no intervalo de reservas para fazer gol. Em Buenos Aires, foram dois. Em São Paulo, um.

O Palmeiras passou o jogo inteiro nervoso e correndo atrás do Boca. A irritação só aumentou depois que o árbitro colombiano Wilmar Roldán anulou (de maneira correta) gol de Bruno Henrique no início da partida, com ajuda do VAR. Ficou pior quando Ábila abriu o placar para os argentinos.

A decepção foi tão grande que alguns torcedores que estavam no Allianz deixaram o estádio no intervalo. Foram xingados por quem estava fora da arena e não havia conseguido ingresso.

O Palmeiras não se acalmou nem quando conseguiu a virada que o deixou a dois gols da classifica­ção. Quando Benedetto marcou, em lance que foi quase uma fotocópia do que havia feito em La Bombonera, o sentimento passou a ser de resignação.

Com Deyverson no ataque e Lucas Lima na armação, a tendência do Palmeiras, principalm­ente no primeiro tempo, foi buscar a bola aérea. A única vez que deu certo foi quando chegou a Bruno Henrique na área, mas ele desperdiço­u.

O Boca contava com a velocidade de Villa pela direita para incomodar e por causa disso chegou ao primeiro gol. A maior aposta era Pavón na esquerda, mas assim como havia acontecido em La Bombonera, ele teve atuação apagada.

Sobrou para o Palmeiras ser campeão brasileiro. Tem quatro pontos de vantagem na liderança, a sete rodadas do fim. No sábado (3), receberá o Santos.

O Boca Juniors tem a chance de chegar ao sétimo título e se igualar ao Independie­nte como maior campeão da Libertador­es. O River Plate tem três conquistas. É a primeira vez que dois argentinos decidem a mais importante competição do continente. Será apenas a segunda final de torneios de expressão entre Boca e River na história.

Em 1976, decidiram o Campeonato Argentino, no estádio do Racing. Vitória do Boca, por 1 a 0.

O River Plate venceu o maior rival na Supercopa argentina deste ano, mas é um torneio de menor importânci­a entre o campeão nacional e o vencedor da Copa do país.

Será a terceira vez que se enfrentam em mata-mata da Libertador­es, sempre envolvidos em polêmica.

O Boca Juniors se classifico­u na semifinal de 2004, nos pênaltis, dentro do Monumental de Nuñez, em jogo marcado pelo cartão vermelho mostrado a Carlos Tevez na comemoraçã­o do gol de sua equipe. Ele imitou uma galinha, apelido pejorativo do River Plate.

Há três anos, o confronto foi pelas oitavas de final, e o River avançou em um jogo que não acabou. Torcedor do Boca Juniors jogou gás de pimenta nos jogadores visitantes em La Bombonera, quando esses saíam do vestiário após o intervalo. Alguns não tinham condições de continuar em campo, e a Conmebol eliminou os donos da casa. O River Plate acabou campeão.

Será também um confronto entre dois estilos. Sob o comando de Marcelo Gallardo, o River ganhou fama como uma equipe técnica, de toque de bola. O Boca Juniors chega à final com aplicação e luta, apesar de ter várias opções ofensivas.

Carlos Tevez, campeão da Libertador­es pelo próprio Boca em 2003, passou os 180 minutos da semifinal contra o Palmeiras sentado no banco de reservas. Ele não tem boa relação com o técnico Guillermo Schelotto.

“Esta final vai parar o país. Quem ganha terá a glória. Quem perde, terá de aguentar o rival por muito tempo”, disse Pablo Pérez após a partida.

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Nelson Almeida/AFP
 ?? Nelson Almeida/AFP ?? Jogadores do Boca Juniors comemoram gol de Benedetto (segurado por Ábila), o segundo da equipe no Allianz Parque
Nelson Almeida/AFP Jogadores do Boca Juniors comemoram gol de Benedetto (segurado por Ábila), o segundo da equipe no Allianz Parque
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Nelson Antoine/Associated Press Deyverson pede que árbitro Wilmar Roldán consulte o VAR para rever suposto lance de pênalti

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