Experimento da SextaFeira Santa (20/4/1962)
Walter Pahnke (1931-1971), médico e pastor protestante, fazia doutorado em Harvard sobre religião e sociedade. Seu orientador era Timothy Leary (1920-1996), que depois se tornaria famoso guru psicodélico. Em 1962, eles estavam interessados em estudar as experiências místicas desencadeadas pela psilocibina, alucinógeno presente em cogumelos do gênero Psilocybe. Pahnke reuniu 20 seminaristas na capela Marsh da Universidade de Boston e deu a metade deles 30 miligramas de psilocibina cada um, enquanto a outra metade ingeria ácido nicotínico, um placebo ativo (pode causar vermelhidão na pele, calor e coceira). No andar de cima, o reverendo Howard Thurman dava seu sermão da Sexta-Feira Santa, que os participantes do experimento podiam ouvir. O grupo do placebo permaneceu lendo a Bíblia horas a fio enquanto os outros se contorciam pelo chão e diziam: “Deus está por toda parte”; “Ó glória”. Pahnke aplicou depois questionários para aquilatar a experiência mística dos participantes e publicou um artigo que terminaria relatado numa reportagem da revista Time sob o título “Misticismo no laboratório”.