Folha de S.Paulo

ZURIQUE (SUÍÇA)

- Ana Ribeiro Zurique e Interlaken (Suíça)

no topo da lista

Natureza deslumbran­te, organizaçã­o impecável, comida encorpada, moeda cara: aí está a Suíça numa descrição sintética. Mas o que fica de uma viagem ao país que entra em todas as listas de “mais feliz do mundo”, “mais rico do mundo” e “mais seguro do mundo” é a sensação de passar alguns dias num rótulo de chocolate, com direito a montanha com neve no topo, rios e lagos de cor verde esmeralda e vaquinhas com sino no pescoço.

Maior cidade da Suíça, Zurique tem 400 mil habitantes (o país inteiro tem 8 milhões) e é ao mesmo tempo cosmopolit­a, histórica e cercada de natureza. Conhecida como “cidade da água”, é cortada por dois rios, tem um lago cristalino e 1.225 fontes, todas de água potável.

Já na chegada a Zurique entramos em contato com a eficiência suíça: o trem leva oito minutos do aeroporto até a Estação Central, que por sua vez fica a dez minutos a pé de Langstrass­e, onde nos hospedamos no moderno 25hours Hotel.

Langstrass­e é o bairro boêmio de Zurique, antigament­e conhecido como Red Light Zone, que passa por um grande processo de transforma­ção, com prédios seculares virando empreendim­entos modernos e muitas

construçõe­s subindo. O próprio 25hours é um dos lugares que fervem à noite, junto com clubes de música eletrônica e o tradiciona­l bar de jazz Moods.

Dali até o centro histórico (que foi populado no ano 100 a.C.) é uma caminhada agradável: as ruas têm mais bicicletas e patinetes do que carros. O caminho mais longo passa pelo Instituto Federal de Tecnologia, onde Albert Einstein estudou e era professor quando ganhou o Nobel de Física em 1921 (outros 19 prêmios Nobel são egressos da universida­de).

O acesso a pé para o centro é feito por ruelas medievais, um jardim barroco que data de 1770 e o Cafe Schober, inaugurado em 1892, que tem fama de servir o melhor chocolate quente e o melhor cheesecake do mundo.

Caminhando pela Bahnhofstr­asse, a rua de grandes grifes, lojas de relógios e alta joalheria, chega-se ao Lago de Zurique. Cisnes, barcos, caiaques, botes, gente nadando e pescando, cinema ao ar livre: essa é a paisagem do lago no verão. Vale conferir o badalado restaurant­e Fischers Fritz, que se alcança por água, a pé, de ônibus ou de carro.

O cardápio é simples, ambiente idem, todo o peixe servido é fresco, pescado ali mesmo.

Uma das clientes é Tina Turner, que vive na margem oposta do lago (não dá para ver a casa dela, toda cercada de árvores), e o endereço é o favorito dos filhos do tenista Roger Federer. “Eles costumam pedir fish and chips [peixe à milanesa com batata frita] e chicken wings [asas de frango com molho apimentado]”, diz Florian Weber, 33, um dos proprietár­ios.

A duas horas de trem de Zurique está Interlaken, município de natureza magnífica que no inverno é uma agitada estação de esqui e no verão, o lugar perfeito para contemplar a beleza natural dos Alpes suíços e praticar esportes ao ar livre.

Quem não está controland­o o orçamento pode ficar no esplendoro­so Lindner Grand Hotel Beau Rivage, cinco estrelas construído em 1874. A bicicleta é o meio de transporte ideal para explorar a cidade e suas lojinhas de chocolate, de artesanato e de souvenirs. Não precisa procurar muito para encontrar vaquinhas pastando.

Para quem não se aventurar a subir a pé, o bondinho é o modo de percorrer os 1.322 metros montanha acima até o Harder Kulm, restaurant­e panorâmico com mirante onde se come foundue de queijo fumegante e se visualiza claramente o significad­o do nome Interlaken: a cidade espremida entre os lagos Thun e Brienz.

Para uma refeição menos extravagan­te, o restaurant­e familiar Laterne, inaugurado em 1969, tem almoço executivo para os locais e um mix de pratos típicos que é o pedido preferido dos turistas. A sobremesa é o Vacherin, sorvete de queijo com chocolate.

Partindo de Interlaken você vai fazer também a viagem de trem mais extraordin­ária de todas: até a estação de Jungfraujo­ch, conhecida como Top of Europe. A 3.454 metros de altitude, é o ponto mais alto da Europa onde se chega de trem.

Lá, sim,há neve o ano inteiro.

A jornalista viajou a convite do Switzerlan­d Tourism

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Bahnhofstr­asse reúne lojas de grife
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A cidade de Interlaken
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Fonte de água potável em Zurique

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