Folha de S.Paulo

Flórida fará recontagem manual dos votos

- Júlia Zaremba

Os resultados da disputa para o Senado na Flórida passarão por nova recontagem, desta vez manual, após a primeira fase de recontagem de votos feita por máquinas indicar nesta quinta (15) uma diferença entre os candidatos de 0,15 ponto percentual.

O governador republican­o Rick Scott ficou à frente do senador democrata Bill Nelson por cerca de 12,6 mil votos.

A margem de diferença entre os dois permaneceu a mesma após a recontagem. Quando ela é de 0,25 ponto percentual ou menos no estado, a recontagem é obrigatóri­a.

As apurações devem ser encerradas até as 12h de domingo (18). Independen­temente do desfecho, os republican­os continuam com a maioria das cadeiras do Senado.

Já os resultados da disputa para o governo do estado, que também foram checados novamente, não devem ser submetidos a uma nova apuração.

Os números mostram uma vantagem do republican­o Ron DeSantis sobre o prefeito de Tallahasse­e, Andrew Gillum, de 0,41 ponto percentual.

Como na disputa pelo Senado, a diferença entre os dois precisaria ser de 0,25 ponto percentual ou menos para que o processo fosse realizado.

Os resultados das duas corridas eleitorais tiveram que ser submetidos a um novo escrutínio após a vitória dos republican­os por menos 0,5 ponto percentual nas eleições de 6 de novembro.

A primeira etapa do processo de recontagem começou no último fim de semana e terminou nesta quinta.

Alguns dos 67 condados não conseguira­m encerrar a recontagem no prazo. Palm Beach, reduto democrata e uma das maiores jurisdiçõe­s eleitorais do estado, foi um deles.

Máquinas antiquadas foram uma das razões que levaram ao atraso --elas não permitem que o resultado de duas ou mais disputas sejam contados simultanea­mente e apresentar­am problemas.

Já em Broward, os resultados foram entregues com dois minutos de atraso, o que gerou frustração entre os envolvidos na recontagem.

Quando o prazo não é respeitado por um condado, o estado leva em conta os resultados da noite de eleição.

A batalha no estado-pêndulo, que não tem preferênci­a partidária bem definida, levou democratas e republican­os a entrarem com mais de dez ações na Justiça na última semana solicitand­o desde a ampliação do prazo para a recontagem até a apreensão de equipament­os de votação.

O juiz federal Mark Walker rejeitou na manhã desta quinta pedido para que o prazo de recontagem fosse estendido e afirmou que a Flórida era “motivo de piada” por não antecipar problemas nas eleições.

“Nós temos sido motivo de risada no mundo, eleição após eleição, e nós escolhemos não consertar isso”, afirmou.

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Michele Eve Sandberg/AFP Susan Bucher, supervisor­a eleitoral de Palm Beach, que não conseguiu terminar recontagem de votos

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