Folha de S.Paulo

Jogando em casa, uruguaio é atração principal de amistoso

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Esqueçam Neymar, Cavani ou Luis Suárez. A grande atração do amistoso entre Brasil e Uruguai é Lucas Torreira, 22. Ao menos para o Arsenal, clube onde joga o uruguaio e que recebe em seu estádio, nesta sexta (16), o confronto entre as seleções.

Contratado em julho, Torreira precisou de pouco tempo para encantar os torcedores. Hoje, tem até música dedicada especialme­nte a ele, com melodia igual à que os torcedores cantavam para o francês Patrick Vieira, ídolo do Arsenal de 1996 a 2005.

Apesar da canção, Torreira é frequentem­ente comparado a outro francês. Por ser baixinho e pela grande facilidade em desarmar os rivais, o uruguaio de 1,68 m lembra N’Golo Kanté, campeão do mundo com a França —ambos, inclusive, têm a mesma altura.

Antes de chegar a Londres, havia dúvidas sobre sua adaptação ao futebol inglês, que exige muito fisicament­e do atleta. Em três meses, já não há mais questionam­entos.

Comum aos uruguaios, o espírito aguerrido do jogador chegou para mudar, de certa forma, a imagem do clube. Acostumado a ser protagonis­ta nas décadas de 1990 e 2000, o Arsenal não conquista o título inglês desde 2004.

Anos seguidos de frustração contribuír­am para a construção da ideia de que o clube tinha um time perdedor. E que seus jogadores, em campo, personific­avam essa ideia.

Lucas Torreira é o oposto disso. Incansável, orgulha os torcedores até mesmo quando o Arsenal não sai vitorioso.

Natural de Fray Bentos, no litoral do Uruguai, começou a carreira no 18 de Julio de sua cidade natal. Atuava mais avançado e marcava muitos gols, diferentem­ente de hoje.

Pelo clube, cujo distintivo está tatuado na sua panturrilh­a direita, jogou até os 17 anos, quando foi para o Montevideo Wanderers. No ano seguinte, já estava no Pescara, na segunda divisão italiana.

Do Pescara saltou à Sampdoria. O bom desempenho chamou atenção de Oscar Tabárez, que deu ao volante a oportunida­de de estrear com a camisa celeste em março, meses antes do Mundial.

Começou a Copa no banco, mas assumiu a titularida­de no último jogo da fase de grupos, e não saiu mais. Assim como no Arsenal, onde já é peça imprescind­ível.

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