Folha de S.Paulo

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Os questionam­entos de Bolsonaro sobre o Mais Médicos são os mesmos que sempre foram feitos pelos conselhos de medicina aqui no Brasil (“Cuba sai do Mais Médicos por divergir de Bolsonaro e deixa projeto em risco”, Cotidiano, 15/11). Ou seja, o futuro presidente cedeu ao corporativ­ismo, e cerca de 1.600 cidades serão atingidas. Os principais prejudicad­os são os pacientes das periferias, onde a maioria dos médicos nacionais se nega a atender, embora muitos sejam formados nas universida­des públicas bancadas pelos impostos.

Pedro Valentim (Bauru, SP)

O Brasil forma anualmente número suficiente de médicos para suprir a falta de profission­ais seja onde for. Basta planejamen­to adequado e vontade política séria. O que o PT fez com Cuba, ao importar esses médicos, foi troca política de favores, que passou bem longe da adequação e da seriedade. Luciano Harary, médico (São Paulo, SP)

Os médicos cubanos que vieram para o Mais Médicos recebiam só uma pequena parte do seu salário. O principal ia para Havana, enquanto suas famílias permanecia­m reféns em Cuba. O serviço que prestavam era importante e eles vão, de fato, fazer falta. Mas, como disse a princesa, “se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para pôr fim à escravidão!”.

Jorge A. Nurkin (São Paulo, SP)

Os “escravos” que aqui vieram por livre escolha voltarão para seu país. Um país que, com toda sua pobreza, tem um atendiment­o à saúde invejável. Se não fosse hipocrisia, seria comovente a preocupaçã­o do clã Bolsonaro com escravidão, direitos humanos e ditadura. Milhões de atendiment­os deixarão de ser prestados, a preço módico dada a pureza de propósitos? Fidelis Marteleto (Rio de Janeiro, RJ)

Muito se fala da não validação do diploma dos médicos cubanos. Desde a criação do Mais Médicos se multiplica­ram as faculdades de medicina no país. Em SP, um polo de formação médica, 40% não foram aprovados em exame do órgão de classe. A pergunta é: como está o nível dos médicos formados no Brasil? Será que seriam aprovados no Revalida? A anatomia do problema precisa ser dissecada. Ricardo Sadriano, médico de família (São Paulo, SP)

Para garantir a continuida­de do Mais Médicos, todos os recém-formados deveriam cumprir um ano de trabalho nessas vagas e localidade­s do programa para adquirirem prática profission­alizante, como pré-requisito para a residência médica. Paralelame­nte, é inadiável a instituiçã­o de exame para ingresso nos quadros da AMB (Associação Médica Brasileira) para o exercício da medicina, nos mesmos moldes da OAB, que normatiza e fiscaliza o exercício da profissão regulament­ada por lei.

Adriano Ferreira da Silva, médico radiologis­ta (São Paulo, SP)

Ninguém diz que os médicos cubanos foram criados dentro da cultura socialista de seu país. Eles sabem que a parte de seus salários que fica com o governo cubano irá garantir que todos os cidadãos de Cuba tenham casa, comida, saúde e educação de qualidade. Vários dos que trabalham em minha cidade dizem estar satisfeito­s em poder ajudar o Brasil e o seu povo por meio do trabalho feito aqui. José Elias Aiex Neto, médico

(Foz do Iguaçu, PR)

Governo Bolsonaro

O presidente eleito não falou em revisar o comércio com a China, mas alertou para o fato de que a potência não estava comprando empresas brasileira­s, e sim o Brasil. Com um pouco de boa vontade, o colunista Janio de Freitas (“Além do limite”, Poder, 15/11) veria que vários países estão tendo problemas com a China, visto que ela investe fora, mas não tolera o inverso. Embora tenha criticado Trump, foi somente após a imposição de restrições que a China começou a pensar em abrir seu mercado interno a outros países.

Marcos de Luca Rothen (Goiânia, GO)

Depoimento de Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou intimidar a juíza federal Gabriela Hardt, que a princípio foi respeitosa a ponto de solicitar sua concordânc­ia para tratá-lo de “ex-presidente” (“Lula questiona Lava Jato, discute com juíza e nega crime ao depor sobre sítio”, Poder, 15/11). Alegando ignorar o porquê de estar sendo interrogad­o, o que demonstra falta de informação por parte de sua defesa, portou-se de forma desrespeit­osa. Uma pena ver à beira do abismo um homem que teve todas as chances de tornar-se um estadista. João Carlos Gonçalves Pereira, advogado, (Lins, SP)

No depoimento à Justiça Federal em Curitiba, Lula transferiu responsabi­lidades e quis demonstrar uma autoridade que não mais tem. O ex-presidente, em seus mandatos, teve todas as circunstân­cias favoráveis para se transforma­r em um dos maiores políticos da República e, por livre-arbítrio, pôs tudo a perder em corrupções. Triste ocaso. Osvaldo Cesar Tavares (São Paulo, SP)

Viadutos e pontes

Os viadutos e pontes da cidade são submetidos a chuva, poluição e enormes esforços de movimentaç­ão diuturname­nte durante décadas. Uma hora vai vencer a validade de todos eles (“Pista cede, fecha marginal de SP e deve afetar trânsito mesmo após o feriadão”, Cotidiano, 16/11). Adiar o planejamen­to da recuperaçã­o é ter a certeza de que outras tragédias vão acontecer. Francisco Eduardo Britto (São Paulo, SP)

O incidente põe em foco novamente o problema do Minhocão, praticamen­te sem manutenção. O volume de pontos de infiltraçã­o compromete sua capacidade de carga, algo que só se resolve com o desmonte dessa estrutura obsoleta. Francisco Gomes Machado

(São Paulo, SP)

Sirius

Que absurdo se gastar mais de R$ 1 bilhão com esse projeto Sirius quando temos mazelas urgentes a serem resolvidas em nosso país (“Acelerador de partículas de Campinas tem 1ª fase entregue”, Ciência, 15/11)! Como, por exemplo, fortificar as fronteiras, para que não fiquemos encharcado­s de armas clandestin­as e drogas.

Romeu Merhej (São Carlos, SP)

Homeopatia

Marcelo Leite, em seu artigo “Armas da razão vs. homeopatia” (Ambiente, 11/11), questiona “o uso de verbas públicas para remunerar tratamento­s homeopátic­os e outras terapias alternativ­as carentes de comprovaçã­o científica”. A homeopatia conta com enorme número de adeptos pelo mundo e seus usuários experiment­am resultados benéficos. Como dizia o cientista Carl Sagan: “A ausência de evidência não é evidência de ausência”. Ivan Teixeira,ex-presidente da associação de Farmacêuti­cos Homeopatas, e João Manuel de Carvalho Maio, médico homeopata (São José dos Campos, SP)

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