Roraima foi o único estado que cresceu em 2016
Roraima foi o único estado brasileiro que cresceu em 2016, ano em que a economia brasileira encolheu 3,3%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (16).
O estado da região Norte teve expansão de 0,2%. O Distrito Federal também não apresentou queda, mas se manteve estável.
De acordo com o gerente da pesquisa, Frederico Cunha, a atividade de administração, defesa, educação e saúde pública e seguridade social foi a que mais influenciou o avanço em Roraima e segurou a queda no Distrito Federal, uma vez que, nesses locais, ela representa quase metade do valor adicionado ao volume total do PIB.
“Esses locais são muito dependentes da administração pública, que não oscila muito, funcionando como uma espécie de amortecedor da economia. Então, quando há uma queda generalizada do comércio e da agricultura, por exemplo, essa atividade acaba segurando o resultado.”
Os maiores recuos foram registrados pelos estados do Amazonas, com retração de 6,8%, Mato Grosso e Piauí, ambos com queda de 6,3% naquele ano.
Ainda de acordo com o levantamento, entre 2002, quando a série foi iniciada, e 2016, os estados que tiveram os maiores crescimentos acumulados foram Tocantins (103,4%), Mato Grosso (89,1%) e Roraima (79,5%).
Na outra ponta, os piores desempenhos no acumulado do período vieram dos estados do Rio de Janeiro (25,3%), do Rio Grande do Sul (27,6%) e de Minas Gerais (34,1%).
Apesar de apresentar crescimento desde 2014, São Paulo teve queda em sua participação no PIB geral, passando de 34,9% em 2002 para 32,5% em 2016. “O ganho em valor relativo de São Paulo entre 2015 e 2016, porém, esteve atrelado, sobretudo, à queda de participação do Rio de Janeiro, que tem o segundo maior peso”, disse o gerente.
Em relação ao PIB per capita, o Distrito Federal foi o que teve o maior valor, de R$ 79.099,77, e o Maranhão, o pior, R$ 12.264,28. tendendo claramente a positivos, em parte em resposta à base fraca do segundo trimestre”, disse o economistachefe da Tullett Prebon Brasil, Fernando Miguel Monteiro.
Na comparação mensal, a economia brasileira teve uma retração de 0,09% em setembro. O resultado foi melhor que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,4%, e da Bloomberg, de retração de 0,21%.
A queda de setembro foi, no entanto, a primeira mensal desde maio, quando o desempenho econômico do país recuou 3,39% devido à paralisação dos caminhoneiros. Na quarta (13), o IBGE divulgou que as vendas do varejo se mantiveram estáveis no terceiro trimestre, mostrando um enfraquecimento ao longo do ano, após alta de 0,8% no segundo trimestre e de 1% nos primeiros três meses do ano.
A mais recente pesquisa Focus, do BC, mostra expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1,36% e de 2,5% em 2019.