Folha de S.Paulo

Quase metade da conta de luz é pagamento de impostos

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

Quase metade (47,7%) do que se paga nas contas de luz são impostos, segundo um estudo do Instituto Acende Brasil executado pela PwC.

O levantamen­to considera tanto os pagamentos diretos, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços), que vem discrimina­do nos boletos, como os tributos na geração e na transmissã­o de energia.

O patamar mudou de uma média abaixo de 40%, no começo dos anos 2000, para quase 50% no presente, segundo Claudio Sales, presidente do Acende Brasil.

“Houve alta do PIS/Cofins em um primeiro momento e, a partir de 2014, de cobranças setoriais, como Conta de Desenvolvi­mento Energético.”

O tributo mais oneroso é o ICMS —no Rio, chega a 32%.

Energia elétrica é um dos poucos itens nos quais a cobrança do imposto incide sobre o consumo.

Alguns estados, principalm­ente aqueles que dão muitos incentivos para atrair empresas, buscam compensar a baixa arrecadaçã­o em outros setores com uma cobrança alta na conta de luz, afirma Sales.

Há uma possibilid­ade de diminuição, caso o governo de Jair Bolsonaro troque as taxas calculadas sobre o consumo por um único IVA (imposto sobre valor agregado).

A alteração tem o potencial de eliminar, ou ao menos diminuir, as diferenças de alíquotas entre estados e entre outros produtos, segundo Bernard Appy, do Centro de Cidadania Fiscal.

“Não há um único modelo de taxação desse tipo, mas, na prática, é preciso ser um sistema simples, que, com uma só alíquota para todos, substituir­ia o ICMS e o PIS/Cofins.”

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Gustavo Epifanio -22.jan.15/Folhapress Claudio Sales, presidente do Acende Brasil
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