Felipão se aproxima de redenção no Brasil
Técnico do Palmeiras busca invencibilidade inédita e está perto do título nacional 4 anos após fracasso na seleção
PARANÁ PALMEIRAS
17h, Estádio do Café, em Londrina (PR) Na TV: Globo
são paulo Muitos pensaram que, após o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, Luiz Felipe Scolari, 70, nunca mais teria sucesso em nada relacionado ao futebol brasileiro.
Em seu retorno ao Palmeiras, no entanto, o treinador vem provando que essa expectativa não era verdadeira.
O Paraná, adversário deste domingo (18), pela 35ª rodada, é o único time que Felipão ainda não enfrentou neste Campeonato Brasileiro. No torneio, o técnico ainda não foi derrotado: tem como pior resultado até agora quatro empates, contra AtléticoMG, Flamengo, Internacional e América-MG (sua estreia).
Nas 18 partidas que disputou até agora, o treinador registra um aproveitamento de 85,1%, número superior ao de todos os times campeões da era dos pontos corridos.
Apesar de não ter chances de comemorar o título neste domingo, a partir do jogo contra o América-MG, na quarta (21), o Palmeiras já terá a possibilidade de levantar a taça.
Para isso, precisa aumentar a diferença para o vice-líder, Internacional, em mais dois pontos (hoje cinco pontos separam as equipes) e não ver a distância para o terceiro colocado, o Flamengo, diminuir.
Scolari está perto de se tornar o treinador mais velho a conquistar o Brasileiro na era dos pontos corridos (desde 2003). E com folga. Depois dele, o campeão com idade mais avançada é Antônio Lopes, que venceu com o Corinthians em 2005 aos 64 anos.
Um dos segredos do sucesso, além do respeito de que Felipão desfruta dentro clube alviverde e de sua idolatria pela torcida, são as alterações táticas feitas por ele em relação ao time do técnico anterior, Roger Machado.
Com Roger, o Palmeiras procurava valorizar a posse de bola e fazia infiltrações. Muitas vezes, tinha o controle do jogo com a posse até marcar o gol. Na frente no placar, se posiciona defensivamente e apostava nas transições rápidas.
Com Felipão, o Palmeiras abusa do jogo extremamente direto, sem muitas trocas de passes. Os volantes e meias fazem lançamentos longos para o trio Dudu, Willian e Borja, ou Deyverson, com quem o time usa ainda mais a jogada.
Desde que assumiu o comando da equipe, Scolari promoveu um rodízio de jogadores na equipe em função da sequência de jogos, utilizando 25 dos 28 atletas do elenco.
O treinador também fez mudanças na escalação. Titular com Roger Machado, o lateral direito Marcos Rocha, com características mais ofensivas, perdeu espaço para Mayke.
Ainda no sistema defensivo, Antônio Carlos e Edu Dracena, titulares com o antigo comandante e que até eram os preferidos pelo pentacampeão mundial, perderam a vaga. Hoje, a dupla titular é formada por Luan e Gómez.
O técnico também deu mais oportunidades para Deyverson. O jogador, que por lesão ficou quase três meses afastado dos gramados, fez 14 jogos com Roger e não marcou.
Já com Felipão, atuou 21 vezes e fez 7 gols. Para o duelo diante do Paraná, o atacante retorna após ter sido desfalque na vitória contra o Fluminense. A baixa deste domingo será Luan, que recebeu o terceiro amarelo e está suspenso.
Além das metas pessoais e das mudanças táticas, o técnico também pode ajudar o clube a bater um recorde.
Caso não perca no Estádio do Café (o clube de Curitiba, já rebaixado, optou por mandar o jogo longe de seu estádio para receber mais torcedores palmeirenses), o time alviverde chegará à 20ª partida de invencibilidade, um recorde na era dos pontos corridos.
Atualmente há um empate com o Corinthians de Fábio Carille, que em 2017 ficou todo o primeiro turno invicto, totalizando 19 jogos.