Folha de S.Paulo

Mickey, 90

Símbolo da Disney completa nove décadas hoje com livros, exposição em NY e lucros

- Danielle Brant

nova york Os 90 anos de Mickey e sua evolução de simples camundongo até marca de um dos maiores impérios do entretenim­ento mundial são motivos de comemoraçã­o para a Disney —pelo aniversári­o em sie pelas várias oportunida­des de lucrar coma ocasião.

Especiais na televisão americana, mais de 30 livros sobre o personagem e parcerias com nomes como Marc Jacobs estão entre as novidades anunciadas para celebrar as nove décadas de Mickey.

O camundongo é um sobreviven­te das mais variadas tendências tecnológic­as e mudanças comportame­ntais.

Em sua primeira aparição, no curta de oito minutos “Steamboat Willie”, obra de 1928, é praticamen­te outro o Mickey que pinta na tela. O personagem, em preto e branco, não tema famosa luvinha branca, o na ri zé menos arredondad­o e há até umap ancinha.

Em “Plane Crazy”, que foi desenhado antes de “Steamboat Willie”, mas lançado um ano depois, Mickey não tem nem sapato. Também em 1929, ele fala pela primeira vez, no curta “The Karnival Kid”.

E praticamen­te uma década separa os dois curtas do grande divisor de águas do camundongo, “Fantasia” (1940). Mas, comparando os traços mais delicados do personagem, quanta diferença.

O feiticeiro do clássico da Disneyjáéa versão que marcaria o imaginário das gerações seguintes eque ,15 anos depois, veria nascer, na Califórnia, o primeiro dos parques temáticos que se transforma­ram em brutal fonte de receita para a empresa.

Só no ano passado, mais de 150 milhões de visitantes estiveram nos complexos da Disney. As atrações foram uma das formas encontrada­s para capitaliza­r em cima do carismátic­o camundongo.

Vieram outras, sob aforma de bonecos, muitos filmes e desenhos para a TV. Com o passar dos anos, Mickey se consolidou como a marca registrada da Disney. O personagem, porém, perdeu parte do sucesso para franquias como “Branca de Neve”, “O Rei Leão” e, mais recentemen­te, as princesas Elsa e Anna de “Frozen”.

Ainda assim, é preocupaçã­o constante da Disney atualizar o ratinho e fazê-lo conversar com as novas gerações. O Mickey, agora, é animado por computação gráfica e interage com as crianças em “A Casa do Mickey Mouse”.

A evolução do personagem nas últimas nove décadas é tema de uma mostra que, em 15 salas num prédio do West Side, em Nova York, pincela os seus principais momentos de Mickey pensada para agradar a diferentes gerações de fãs.

Embora amostra seja didática aponto de o visitante acompanhar­a evolução de Mickey, é preciso ser um grande admirador para desembolsa­r os US$ 38 (quase R$ 145) do ingresso —só menores de três anos não pagam. Passado o susto na bilheteria, o público é recebido por um vídeo com diferentes Mickeys.

A exposição exige a interação do público. Em cada ambiente, assistente­s se oferecem para fazer fotos ou explicar cada uma das obras.

O organizado­r, D arre nR o manel li, diz que sua intenção principal foi que o público sentisse o mesmo que ele sente quando vai aos parques da Disney. “Queria o sentimento mágico de aventura, a inspiração. Mickeyéumí­cone de positivida­de .”

Mas é um símbolo de suces- so também, como lembram os 26 Oscar que a Disney recebeu. Um deles está na primeira sala da mostra, que tem ainda uma réplica do barco de “Steamboat Willie” feita para fotos.

O filme é objeto de uma experiment­ação pelas mãos de 50 artistas, que fizeram uma releitura da primeira produção estrelada por Mickey. Com um fone de ouvido, o visitante pode assistir, lado a lado, original e recriação sincroniza­dos.

Narrar a história de Mickey exigiu de Romanelli dois anos, período que ele usou para conceber a exposição e reunir os materiais. Mas sem deixar de lado personagen­s que contribuír­am para a fama do camundongo.

É o caso das mulheres do departamen­to de tintas e pintura, que funcionou nos anos 1930 e 1940. Elas eram responsáve­is por aplicar cores e efeitos especiais ao desenho.

Como é de se esperar, “Fantasia” tem um ambiente próprio, que recria o cenário do filme e traz uma réplica gigante do chapéu de feiticeiro usado por Mickey.

O aniversári­o é ocasião para lembrar ainda “O Clube do Mickey”, programa infantil que foi berço de nomes famosos como Britney Spears e Christina Aguilera. A esta altura, não resta dúvida de que o ratinho mais famoso do mundo já deve estar se preparando para o seu centenário.

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Craig Barritt/Getty Images para Disney/Divulgação Obra de Daniel Arsham na exposição ‘Mickey: The True Original Exhibition’, em Nova York

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