Presidente do Chile viaja a região onde indígena foi assassinado
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, viajou até o estado da Araucanía, no sul do país, para tentar acalmar os ânimos na região que vive uma série de protestos e ataques após a morte de um indígena durante uma operação policial.
O mapuche Camilo Catrillanca, de 24 anos, foi morto com um tiro na nuca no dia 14 de novembro, quando dirigia um trator ao lado de um adolescente de 15 anos.
O episódio reacendeu a tensão na região, epicentro do conflito entre as comunidades mapuches —povos originários que ocupam o sul da Argentina e do Chile— e o governo, e levou à renúncia do governador do estado, Luís Mayol.
Os questionamentos à ação da polícia geraram mais de uma centena de ataques na área e também manifestações de apoio em Santiago, que terminaram com pessoas detidas.
“Nós queremos que a morte de Camilo Catrillanca não seja em vão”, afirmou Piñera nesta sexta.
O mandatário, que não previa se reunir com a família do jovem, disse que “o diálogo é o caminho para encontrar acordos”.
Ele também se reuniu com três professoras que foram assaltadas no dia da morte do mapuche. Em busca dos suspeitos, agentes das forças especiais entraram na comunidade onde vivia Catrillanca fazendo vários disparos.
Cerca de 20 tiros atingiram o trator dirigido por ele. O adolescente que estava ao seu lado foi golpeado e detido pela polícia, em um procedimento declarado “ilegal” pela Justiça posteriormente.
A polícia inicialmente afirmou que o mapuche morreu durante um enfrentamento. Autoridades também disseram que não havia registros da operação, o que seria obrigatório no Chile. A versão foi mudando, até que reconheceram que um oficial destruiu o registro em vídeo.
Os ataques incendiários, frequentes na região no marco das reivindicações de terras por parte de grupos indígenas radicais, pioraram após a morte de Catrillanca.