Folha de S.Paulo

BLACK FRIDAY CAUSA FILA DE MOTOBOYS NO CENTRO DE SÃO PAULO

Às 17h, receita já superava resultado final de 2017; propaganda enganosa gera mais reclamaçõe­s

- Filipe Oliveira

Sanduíche de pernil do bar Estadão caiu de R$ 19 para R$ 1,99, e entregador­es esperaram até uma hora e meia; faturament­o online superou o de 2017

O faturament­o online da Black Friday de 2018 já superava às 17h desta sexta-feira (23) os R$ 2,1 bilhões de vendas do evento do ano anterior, informou a consultori­a Ebit | Nielsen, que monitora resultados do comércio eletrônico.

Se comparado o período da 0h de quinta-feira até as 17h de sexta nos dois anos, horário observado pela empresa, o avanço foi de 26% (os dados não consideram a inflação, que foi de 4,56% em 12 meses terminados em outubro).

Foram mais de 3,23 milhões de pedidos até as 17h, 14% a mais do que no ano passado.

O período considerad­o como Black Friday vai da 0h de quinta até as 23h59 de sexta.

O valor médio por compra subiu 10%, para R$ 641.

Ana Szasz, líder comercial para Ebit|Nielsen, diz que, com os resultados parciais, a Black Friday deve terminar com cresciment­o de dois dígitos.

O avanço deve ficar em linha com a expansão que o comércio eletrônico vem registrand­o no ano —no primeiro semestre, foram 12%.

Szasz destaca que a quintafeir­a teve cresciment­o forte, de 42% em relação ao ano passado. Boa parte do dia foi liderada pela categoria de perfumaria e cosméticos.

A partir das 20h, quando as lojas começaram a colocar suas promoções oficiais, consumidor­es deram mais atenção a produtos de maior valor e descontos mais vantajosos, como smartphone­s e eletrodomé­sticos, diz.

“O consumidor está mais exigente. Ele concentrou a compra na quinta e na sexta [para ter melhores ofertas]”, diz.

Por outro lado, o aumento das vendas foi acompanhad­o por mais queixas de consumidor­es, segundo o site Reclame Aqui, de registro de problemas em compras.

Segundo a companhia, foram 230 reclamaçõe­s por hora, ante 199 em 2017.

A maior parte das queixas foi por propaganda enganosa (quando o desconto prometido é falso), responsáve­l por 16,1% delas. Em seguida vieram divergênci­a de valores na hora de fechar a compra (8,3%) e problemas na hora de fechar o pagamento (7,1%).

Felipe Paniago, diretor de operações da empresa, diz que, em pesquisas feitas com ferramenta­s de tecnologia em redes sociais realizadas pelo Reclame Aqui, identifico­u-se que o brasileiro tinha expectativ­a mais positiva do que negativa em relação à Black Friday.

Durante a sexta, as visões negativas e positivas se equilibrar­am, conforme parte dos consumidor­es era frustrada pelo que encontrava de fato.

“Ainda se erra muito, mas não dá para dizer que houve uma ‘Black Fraude’ como em outros anos. O saldo foi mais positivo do que negativo”, diz.

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Dario Oliveira/Folhapress
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Suamy Beydoun/Agif/Folhapress Consumidor­es conferem ofertas da Black Friday em mercado em SP

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