BLACK FRIDAY CAUSA FILA DE MOTOBOYS NO CENTRO DE SÃO PAULO
Às 17h, receita já superava resultado final de 2017; propaganda enganosa gera mais reclamações
Sanduíche de pernil do bar Estadão caiu de R$ 19 para R$ 1,99, e entregadores esperaram até uma hora e meia; faturamento online superou o de 2017
O faturamento online da Black Friday de 2018 já superava às 17h desta sexta-feira (23) os R$ 2,1 bilhões de vendas do evento do ano anterior, informou a consultoria Ebit | Nielsen, que monitora resultados do comércio eletrônico.
Se comparado o período da 0h de quinta-feira até as 17h de sexta nos dois anos, horário observado pela empresa, o avanço foi de 26% (os dados não consideram a inflação, que foi de 4,56% em 12 meses terminados em outubro).
Foram mais de 3,23 milhões de pedidos até as 17h, 14% a mais do que no ano passado.
O período considerado como Black Friday vai da 0h de quinta até as 23h59 de sexta.
O valor médio por compra subiu 10%, para R$ 641.
Ana Szasz, líder comercial para Ebit|Nielsen, diz que, com os resultados parciais, a Black Friday deve terminar com crescimento de dois dígitos.
O avanço deve ficar em linha com a expansão que o comércio eletrônico vem registrando no ano —no primeiro semestre, foram 12%.
Szasz destaca que a quintafeira teve crescimento forte, de 42% em relação ao ano passado. Boa parte do dia foi liderada pela categoria de perfumaria e cosméticos.
A partir das 20h, quando as lojas começaram a colocar suas promoções oficiais, consumidores deram mais atenção a produtos de maior valor e descontos mais vantajosos, como smartphones e eletrodomésticos, diz.
“O consumidor está mais exigente. Ele concentrou a compra na quinta e na sexta [para ter melhores ofertas]”, diz.
Por outro lado, o aumento das vendas foi acompanhado por mais queixas de consumidores, segundo o site Reclame Aqui, de registro de problemas em compras.
Segundo a companhia, foram 230 reclamações por hora, ante 199 em 2017.
A maior parte das queixas foi por propaganda enganosa (quando o desconto prometido é falso), responsável por 16,1% delas. Em seguida vieram divergência de valores na hora de fechar a compra (8,3%) e problemas na hora de fechar o pagamento (7,1%).
Felipe Paniago, diretor de operações da empresa, diz que, em pesquisas feitas com ferramentas de tecnologia em redes sociais realizadas pelo Reclame Aqui, identificou-se que o brasileiro tinha expectativa mais positiva do que negativa em relação à Black Friday.
Durante a sexta, as visões negativas e positivas se equilibraram, conforme parte dos consumidores era frustrada pelo que encontrava de fato.
“Ainda se erra muito, mas não dá para dizer que houve uma ‘Black Fraude’ como em outros anos. O saldo foi mais positivo do que negativo”, diz.