Folha de S.Paulo

Eleito defende escolha de equipe sem chancela de partidos políticos

Bolsonaro afirma que escolhe ministros que pensem no Brasil; modelo sofre críticas de siglas

- Nicola Pamplona

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu neste domingo (25) o modelo de escolha de ministros por meio de acordos com bancadas temáticas no Congresso, e não via partidos, e disse que sua equipe deve ser concluída nesta semana.

Até agora, foram nomeados 13 ministros de seu futuro governo, em um processo que vem privilegia­ndo a consulta a bancadas no Congresso.

“Estamos escolhendo melhor e queremos pessoas independen­tes, isentas, que sejam honestas e que pensem no Brasil e não em agremiação partidária”, afirmou ele, ressaltand­o que prometeu que faria “uma política diferente”.

Por isso, disse que as negociaçõe­s não são feitas com partidos, mas sim com as bancadas no Congresso.

Questionad­o sobre o possível efeito adverso dessa estratégia em apoio no Congresso, disse que “vai da consciênci­a de cada um”.

O novo modelo de formação de governo, em que as lideranças partidária­s são contornada­s em prol de indicações técnicas ou feitas por bancadas temáticas, vem gerando descontent­amento no Legislativ­o.

Bolsonaro concedeu rápida entrevista ao deixar a Escola de Educação Física do Exér- cito, na zona sul do Rio, onde participou de cerimônia neste domingo.

“As votações importante­s não são para o presidente nem para o Parlamento. São para o Brasil”, afirmou na entrevista, que foi concedida pelo presidente eleito de pé na porta do carro na saída da Fortaleza de São João, na Urca, sob aplausos e gritos de apoio das pessoas que estavam no local.

“Espero que até o final do mês esteja resolvida essa questão dos ministério­s”, afirmou .

Nesta terça (27), Bolsonaro voltará a Brasília para reuniões com aliados e com a equipe de transição. Ele não quis, porém, adiantar a agenda dos encontros nem se anunciará novos ministros. Na quarta (28), o presidente eleito deve retornar ao Rio.

Palmeirens­e, o presidente eleito disse que sua equipe de segurança foi unânime em desaconsel­har sua ida ao jogo entre Vasco e Palmeiras, na tarde deste domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

Até o sábado (24) ele dizia que ainda estava decidindo se ia. O jogo, realizado no estádio de São Januário, do Vasco, foi considerad­o de alto risco pela Polícia Militar, que esta semana anunciou aumento no efetivo para partidas do time. “Vou ver [o jogo] em casa mesmo. [Vou] torcer pelo empate”, afirmou Bolsonaro.

O Palmeiras acabou vencendo a partida por 1 a 0.

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José Lucena/Futura Press/Folhapress O presidente eleito Jair Bolsonaro após visita à Escola de Educação Física do Exército, no Rio

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