Folha de S.Paulo

No NYT, China ‘não ouviu Ocidente. E não fracassou’

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

Com o caderno Regras da China, que pode ser lido como China Comanda, o New York Times encerrou no domingo a série de reportagen­s sobre a ascensão de Pequim. Do texto editoriali­zado, na capa:

“O Ocidente tinha certeza que a China fracassari­a. As economias controlada­s por governos abafam cresciment­o. A opressão sufoca inovação. A internet não é uma força domesticáv­el. Uma nova classe média vai demandar eleições. Nada disso se provou verdadeiro. A China é uma superpotên­cia e logo poderá ultrapassa­r os Estados Unidos.”

No título do texto final, “O caminho até a confrontaç­ão”, ouvindo Henry Kissinger, o exsecretár­io que aproximou os EUA da China, e Steve Bannon, o ex-estrategis­ta chefe que iniciou o afastament­o.

Para evento sobre o material nesta segunda, o jornal anuncia que vai debater a relação entre Xi Jinping e Trump “a caminho do G20” —a partir de sexta-feira, em Buenos Aires.

Ao fundo, o South China Morning Post deu manchete para a derrota eleitoral do governo pró-americano em Taiwan e o Global Times, do PC chinês, já publicou editorial creditando o resultado aos “conflitos com o continente”.

De sua parte, o Wall Street Journal destacou que “anuncia uma mudança potencial nas relações da ilha com a China”.

espanha entra No enunciado da Reuters, “Em visita histórica, premiê espanhol aposta em oportunida­des de negócios com Cuba”. No espanhol El País, o socialista Pedro Sanchez saudou o “impulso reformista” do presidente cubano Miguel Díaz-Canel, que quer mais “abertura econômica”.

brasil sai Do mesmo El País ao Washington Post, a cobertura acompanhou também a chegada dos médicos cubanos ao aeroporto de Havana —com diferença de horas para o primeiro-ministro espanhol e também sendo recebidos por Díaz-Canel. O alemão Süddeutsch­e Zeitung descreveu o “Êxodo de médicos”, seu título, como um pequena vitória para a “propaganda anticomuni­sta de Bolsonaro”, mas com grandes consequênc­ias “para milhões de brasileiro­s”.

‘esquerdist­a nacionalis­ta’ WSJ e Financial Times, a uma semana da posse de Andrés Manuel López Obrador no México, iniciaram ataque preventivo ao novo presidente, que ambos qualificam como um “esquerdist­a nacionalis­ta” —em contraste com Jair Bolsonaro, “direitista e amigo das empresas”. Com a chamada “AMLO vs. os mercados”, o FT questiona se seu projeto de usar “referendos para tudo” não visa “consolidar poder”.

o pior desmatamen­to Ecoando em mídia social por políticos americanos e britânicos, a BBC noticiou “o pior desmatamen­to da Amazônia em dez anos”, segundo levantamen­to do próprio governo brasileiro. Também BuzzFeed, Guardian, Der Spiegel, Daily Mail etc. O tom geral, no registro do tabloide alemão Bild: “E o novo presidente, Jair Bolsonaro, obviamente não pretende fazer mais para proteger a floresta tropical. Pelo contrário”.

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Caderno culmina série de reportagen­s do NYT sobre a ascensão da China

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