Onda de roubos assusta estudantes da zona sul de SP
são paulo Estudantes de instituições na zona sul de São Paulo estão sendo alvo de bandidos a caminho da escola ou da faculdade ou na volta para casa. Arrastões em pontos de ônibus e roubos são comuns em qualquer hora do dia.
Em Santo Amaro, os alunos do Senac afirmam que assaltos são frequentes em pontos de ônibus em frente à unidade, na avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, e também dentro dos coletivos, dia e noite. Há ainda casos de universitários assaltados quando vêm ou vão para a estação Jurubatuba da CPTM.
Segundo as vítimas, uma mulher e dois homens são os responsáveis pelos arrastões nos pontos e nos ônibus e outros quatro suspeitos, em duas motos, atacam quem está a caminho da unidade.
Há três semanas, o Senac criou uma área para que os alunos esperem os ônibus em frente à instituição.
No Jardim Lucélia, no Grajaú, as vítimas são os alunos e funcionários da Escola Estadual Professor Eurípedes Simões de Paula, na rua Maria Pape. Os crimes acontecem nos horários de entrada e saída dos alunos tanto na rua do colégio como no ponto do ônibus, a menos de cem metros do local, na avenida Carlos Barbosa Santos.
Adalberto Alves Moreira, delegado titular do 85º DP (Jardim Mirna), responsável pela área, afirma que não há registros de assaltos na rua da escola e no local do ponto de ônibus. Ele atribui isso à subnotificação. “As vítimas têm medo de denunciar e reconhecer os suspeitos”, diz. Neste mês, 108 roubos foram registrados na área que a delegacia atende.
O fato de as vítimas não procurarem a polícia fez um aluno do Senac criar uma campanha nas redes sociais incentivando o registro de BOs. Em Santo Amaro, houve aumento de 16% nos roubos de janeiro a setembro deste ano em relação a 2017.
O 99º DP (Campo Grande), que atende a área de Santo Amaro, afirmou por meio de nota que já identificou três criminosos que fazem arrastões nos ônibus utilizados pelos alunos do Senac.
“Estão sendo procurados pela equipe, que está em contato com a direção da faculdade e as demais forças de segurança”, disse a delegacia, da gestão Márcio França (PSB).
A Polícia Militar disse que realiza operações em Santo Amaro desde setembro, “com enfoque” nos ônibus que transportam universitários. Afirmou que no dia 17 prendeu dois suspeitos de fazer arrastões em pontos de ônibus da região. Em setembro, outros dois já haviam sido presos, de acordo com a gestão França. O centro universitário não se manifestou.
Sobre as ocorrências no entorno da escola do Grajaú, a Secretaria da Segurança Pública, também da gestão França (PSB), disse em nota que a PM faz patrulhamento ostensivo e preventivo na região.
A pasta afirmou ainda que os policiais mantêm “contato constante com a comunidade escolar e buscam ampliar as ações feitas na região por meio da Ronda Escolar”.
A Secretaria da Educação da gestão França afirmou por meio de nota que a direção da escola solicitou à Polícia Militar reforço de policiamento no entorno da unidade, principalmente a partir das 18h.
“Às vezes, os policiais não aparecem. Alegam que há outras escolas no bairro e o efetivo não dá conta do atendimento”, afirma uma funcionária da escola no Jardim Lucélia, que pediu para não ser identificada.
Ela diz que sua filha foi assaltada duas vezes no mesmo dia no ponto de ônibus onde acontecem arrastões com frequência, a menos de cem metros da escola. “A polícia a orientou andar pela rua com um pedaço de pau nas mãos”, diz a servidora.
Recentemente, um grupo de estudantes foi vítima de arrastão no mesmo local. Segundo relato de um dos alunos, foram roubados oito telefones celulares.