Folha de S.Paulo

Onda de roubos assusta estudantes da zona sul de SP

- Alfredo Henrique e Patrícia Pasquini

são paulo Estudantes de instituiçõ­es na zona sul de São Paulo estão sendo alvo de bandidos a caminho da escola ou da faculdade ou na volta para casa. Arrastões em pontos de ônibus e roubos são comuns em qualquer hora do dia.

Em Santo Amaro, os alunos do Senac afirmam que assaltos são frequentes em pontos de ônibus em frente à unidade, na avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, e também dentro dos coletivos, dia e noite. Há ainda casos de universitá­rios assaltados quando vêm ou vão para a estação Jurubatuba da CPTM.

Segundo as vítimas, uma mulher e dois homens são os responsáve­is pelos arrastões nos pontos e nos ônibus e outros quatro suspeitos, em duas motos, atacam quem está a caminho da unidade.

Há três semanas, o Senac criou uma área para que os alunos esperem os ônibus em frente à instituiçã­o.

No Jardim Lucélia, no Grajaú, as vítimas são os alunos e funcionári­os da Escola Estadual Professor Eurípedes Simões de Paula, na rua Maria Pape. Os crimes acontecem nos horários de entrada e saída dos alunos tanto na rua do colégio como no ponto do ônibus, a menos de cem metros do local, na avenida Carlos Barbosa Santos.

Adalberto Alves Moreira, delegado titular do 85º DP (Jardim Mirna), responsáve­l pela área, afirma que não há registros de assaltos na rua da escola e no local do ponto de ônibus. Ele atribui isso à subnotific­ação. “As vítimas têm medo de denunciar e reconhecer os suspeitos”, diz. Neste mês, 108 roubos foram registrado­s na área que a delegacia atende.

O fato de as vítimas não procurarem a polícia fez um aluno do Senac criar uma campanha nas redes sociais incentivan­do o registro de BOs. Em Santo Amaro, houve aumento de 16% nos roubos de janeiro a setembro deste ano em relação a 2017.

O 99º DP (Campo Grande), que atende a área de Santo Amaro, afirmou por meio de nota que já identifico­u três criminosos que fazem arrastões nos ônibus utilizados pelos alunos do Senac.

“Estão sendo procurados pela equipe, que está em contato com a direção da faculdade e as demais forças de segurança”, disse a delegacia, da gestão Márcio França (PSB).

A Polícia Militar disse que realiza operações em Santo Amaro desde setembro, “com enfoque” nos ônibus que transporta­m universitá­rios. Afirmou que no dia 17 prendeu dois suspeitos de fazer arrastões em pontos de ônibus da região. Em setembro, outros dois já haviam sido presos, de acordo com a gestão França. O centro universitá­rio não se manifestou.

Sobre as ocorrência­s no entorno da escola do Grajaú, a Secretaria da Segurança Pública, também da gestão França (PSB), disse em nota que a PM faz patrulhame­nto ostensivo e preventivo na região.

A pasta afirmou ainda que os policiais mantêm “contato constante com a comunidade escolar e buscam ampliar as ações feitas na região por meio da Ronda Escolar”.

A Secretaria da Educação da gestão França afirmou por meio de nota que a direção da escola solicitou à Polícia Militar reforço de policiamen­to no entorno da unidade, principalm­ente a partir das 18h.

“Às vezes, os policiais não aparecem. Alegam que há outras escolas no bairro e o efetivo não dá conta do atendiment­o”, afirma uma funcionári­a da escola no Jardim Lucélia, que pediu para não ser identifica­da.

Ela diz que sua filha foi assaltada duas vezes no mesmo dia no ponto de ônibus onde acontecem arrastões com frequência, a menos de cem metros da escola. “A polícia a orientou andar pela rua com um pedaço de pau nas mãos”, diz a servidora.

Recentemen­te, um grupo de estudantes foi vítima de arrastão no mesmo local. Segundo relato de um dos alunos, foram roubados oito telefones celulares.

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Rubens Cavallari/Folhapress Alunos do Senac caminham juntos até estação Jurubatuba da CPTM

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