ritmo da transformação
Aos 20 anos, quando Kenedy Lemos abandonou a faculdade de tecnologia e se mudou da casa da família em Cajati, no Vale do Ribeira (SP), para o Morro do Borel, no Rio, não contou exatamente com o apoio da mãe. “Ela achou que eu estava ficando maluco. Com todo o discurso que se ouve sobre a favela, não era por menos. Hoje, tem orgulho do meu trabalho.”
Aos 32 anos, Kenedy é o supervisor de projetos no Rio de Janeiro da Jocum - Jovens Com Uma Missão, instituição que está no Brasil desde a década de 1960 e mantém unidades pelo mundo.
A organização é finalista com o projeto “Bom Tom”, realizado há 15 anos. Com aulas de instrumentos, teoria e produção musical, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento a partir de aspectos como criatividade, raciocínio e comunicação verbal. Além de música, o Jocum mantém creche, ambulatório e escolinha de futebol. Trabalha também com a terceira idade.
De Londrina (PR) vem outro projeto que usa a musicalidade como ferramenta, o “Batuque na Caixa”. Iniciativa do Instituto Cultural Arte Brasil, fundado pelo músico, escritor e jornalista Aldo Moraes, 48, o projeto criado em 1999 foi à semifinal do prêmio por três vezes e agora chega à final.
Sem sede própria, o “Batuque na Caixa” atua em duas escolas públicas da cidade. Moraes calcula que em quase duas décadas já tenha atendido cerca de 8.000 crianças e jovens. “O foco é a formação do ser humano, contribuir para que se torne cidadão.”
Alguns pegam gosto. Atualmente, todos os 12 professores que ministram as oficinas são exalunos do projeto.