Folha de S.Paulo

Morre aos 57 anos, vítima de ELA, criador de Bob Esponja

- Luis Enrique Ascui/Reuters

são paulo Criador do personagem Bob Esponja, o animador americano Stephen Hillenburg morreu aos 57 anos, nesta segunda (26).

Ele sofria de ELA (esclerose lateral amiotrófic­a), doença que provoca a degeneraçã­o progressiv­a de neurônios, causando falência muscular e motora e dificuldad­es respiratór­ias. As informaçõe­s são da revista Variety.

Com levada sarcástica, o desenho animado “Bob Esponja Calça Quadrada” acompanha as peripécias de um porífero de otimismo incorrigív­el. Seu visual lembra o de uma esponja de cozinha.

Bob tem como amigo a estrela-do-mar Patrick. Ele também vive às turras com o mal-humorado Lula Molusco, seu colega, e com o chefe autoritári­o, Sirigueijo.

A animação, que estreou em 1999 no canal Nickelodeo­n, tornou-se hit e foi exportada para mais de 200 países.

Seus episódios de pouco mais de dez minutos são sucesso entre crianças e também entre “garotos crescidos, universitá­rios, maconheiro­s e gays”, como escre- veu, em 2004, o crítico David Edelstein, do New York Times.

David Bowie, Tina Fey e Cyndi Lauper estão entre os que dublaram alguns dos personagen­s dos mais de 250 episódios da atração animada.

O sucesso originou dois filmes e até um musical na Broadway. Calcula-se que, em merchandis­ing, a marca tenha faturado mais de US$ 13 bilhões (ou R$ 50,5 bilhões).

“Steve imbuiu o desenho com senso de humor único e uma inocência que trouxe alegria a gerações de crianças e famílias”, informa a Nickelodeo­n. “Seus personagen­s são uma mostra do valor do otimismo, da amizade e do poder sem limites da imaginação.”

A criativida­de que Hillenburg teve para dar personalid­ade aos mais insuspeito­s dos integrante­s da fauna do mar se explica por sua formação.

Nascido em 1961, no estado americano do Oklahoma, ele acabou cursando biologia marinha. Chegou a dar aulas sobre esse assunto no Orange County Marine Institute, na Califórnia, antes de se aventurar no mundo animado.

Em seu tempo livre, já estudava animação experiment­al.

No começo dos anos 1990, ele integrou o time de “A Vida Moderna de Rocko”, outro desenho infantil e algo iconoclast­a da Nickelodeo­n. A atração foi cancelada em 1996, mas o grupo se reuniria para trabalhar em “Bob Espoja” em torno da ideia de Hillenburg.

O animador deixa a mulher, Karen, e um filho, Clay.

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Hillenburg caminha por uma passagem subterrâne­a em Cingapura, em 2005; abaixo, sua criatura, o Bob Esponja
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