Terminal de Cumbica tem há 6 meses ‘apagão’ de painéis informativos
Concessionária diz que aparelhos foram desligados por faltar peça e prevê nova sinalização em 2019
Às vésperas da temporada de férias, o aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior da América do Sul, vive um “apagão”: os painéis de check-in do terminal 2, que concentram tanto as companhias aéreas nacionais quanto as internacionais, estão desligados.
Localizados no lado externo, no alto da via de acesso às portas de entrada B, C, D e E, os painéis luminosos informavam aos passageiros o ponto de entrada para o check-in de cada companhia área.
Informavam. Há cerca de seis meses, foram desligados pela GRU Airport, concessionária que gerencia o aeroporto, para uma reforma ainda sem data certa de conclusão.
O “apagão” desorienta usuários —em feriados, chegam a circular por Cumbica cerca de 135 mil passageiros; ao ano, somam mais de 31 milhões.
Luan Augusto Santos da Silva, 26, estava ansioso e completamente perdido numa tarde ensolarada de sábado (17).
Morador de São Vicente, litoral sul paulista, ele caminhava no terminal 2, D, à procura de informações que o levassem ao check-in da Azul.
Ele iria fazer pela companhia sua primeira e tão sonhada viagem de avião —uma maratona aérea que incluiria 13 horas de espera em Belo Horizonte, mais um voo para Belém e outro, finalmente, para seu destino final, Santarém, no Pará.
“O próprio taxista tinha me dito que todos os voos nacionais saíam daqui, do terminal 2”, disse ele, que trabalha como mecânico. “Vi que lá fora as placas só marcam uma letra grande de cor vermelha. Sinceramente, não entendi qual é a serventia”, completou, ao ser, em seguida, informado pela reportagem de que o check-in da Azul era no terminal 1 do aeroporto.
Lá, logo na entrada, há um painel eletrônico informando que aquele espaço —apelidado de “puxadinho”— é destinado, no check-in A, às companhias Azul e Passaredo.
“Esse ‘apagão’ acabou gerando uma baita confusão não só entre passageiros como também entre motoristas e taxistas”, diz Rodrigo Martensen, 23, da Uber, que diariamente leva passageiros ao aeroporto.
“A gente acaba memorizando o lugar do check-in das companhias maiores, mais procuradas, mas as informações deveriam estar do lado de fora, para facilitar a vida de quem viaja. Nem todo o mundo que embarca comigo vai voar pela Latam, pela Gol ou pela Avianca”, diz Martensen.
Ele calcula que, de cada 20 corridas feitas ao dia, pelo menos duas são para o aeroporto de Guarulhos. “Os painéis de informação precisam ser religados o quanto antes. Imagina isso nas férias!”
Somente na área interna do aeroporto no check-in B, C, D e E existem placas com orientações sobre a localização das companhias. “Mas deveria estar lá fora, porque eu vou ter que cruzar o terminal inteiro para chegar ao check-in E, da Latam, do outro lado do aeroporto”, reclamava a professora Jussara Faria, 38, que precisava fazer o check-in para Salvador.
Sempre disposta a orientar, a estudante Alice Sizino, 19, que trabalha no Mc Café do terminal 2, diz ouvir diariamente questionamentos sobre a localidade das companhias aéreas. “A todo momento vem alguém perguntar onde fica o check-in da Gol.”
Bingo! Durante 20 minutos de conversa com a moça, três passageiros apareceram com uma mala na mão e a mesma pergunta rondando a cabeça.
(Em tempo: o check-in da Gol, tanto de voos domésticos quanto de internacionais, fica no terminal 2 C.)
“Me disseram que as partidas internacionais aconteciam todas aqui no terminal 3”, contou o estudante de Córdoba Juan Pedro Juarez, 23, desorientado, atrás do checkin das Aerolineas Argentinas no lugar errado —ele é feito no C do terminal 2.
Ao menos no terminal 3 há placas externas informando o local de check-in de companhias como Air Canada e Air China (F), Lufthansa e Qatar (G) e Air France, Emirates e Alitalia (H), entre outras.
Juarez se dizia totalmente exausto, após uma longa viagem de ônibus de Porto Seguro (BA) para São Paulo. “Quero simplesmente voltar logo para casa, mas o aeroporto não facilita nem um pouco.”