Folha de S.Paulo

Bolsonaro diz que articulaçã­o com Congresso será dividida

Eleito fala em compartilh­ar funções entre ministros e em manter 20 ministério­s

- Talita Fernandes, José Marques e Letícia Casado Evaristo Sá/AFP

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, admitiu nesta nesta terça-feira (27) que seu governo poderá ter até 20 ministério­s e disse que a articulaçã­o política será compartilh­ada entre a Casa Civil e a Secretaria de Governo.

“Nós nos perdemos um pouquinho, queríamos 15 ministério­s, e por questão de funcionali­dade, tivemos que manter status de ministério.”

Como exemplos, citou os casos do Banco Central e da AGU (Advocacia-Geral da União), para os quais já anunciou o economista Roberto Campos Neto e o advogado André Luiz Mendonça.

“O Banco Central [manterá o status] até a sua independên­cia. A AGU, entendemos que tem que ter o status de ministério”, disse.

Durante a campanha, Bolsonaro prometeu cortar a atual estrutura da Esplanada — de 29 pastas— para 15. Contudo, já anunciou 16 nomes pa- ra compor o primeiro escalão de seu governo ao confirmar, nesta segunda, Tarcísio de Freitas para Infraestru­tura.

Em entrevista, ele explicou também que a articulaçã­o com o Congresso será compartilh­ada entre o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, anunciado na segunda (26) como ministro da Secretaria de Governo.

“[Será] compartilh­ada. Onyx vai ser o comandante dessa área. Santos Cruz também vai ter responsabi­lidade nessa área, ele muitas vezes teve em audiências no Parlamento, sabe como funciona. Foi conversado com ele sobre todas as suas responsabi­lidades. No meu entender, é uma pessoa qualificad­a para a função.”

A escolha de um general ao posto de articulado­r com o Legislativ­o foi vista com surpresa por aliados e congressis­tas.

“O Santos Cruz, diferentem­ente do que as pessoas pensam, é uma pessoa que fala mais de um idioma, tem uma vivência fora do Brasil, é um combatente também. Vai surpreende­r no trato com parlamenta­res”, disse o eleito.

Bolsonaro confirmou que terá quatro ministério­s do Palácio do Planalto, dobro do número previsto logo depois da vitória. Desse grupo, dois são militares, o general Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal), e Santos Cruz. Além deles, deve ter papel de destaque o general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, cujas atividades ainda não foram definidas.

Segundo Bolsonaro, o desenho final de sua estrutura de governo está em elaboração e deve ser apresentad­o até esta quarta (28) por Onyx.

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, chega ao escritório de transição em Brasília

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