Agência cobra queda da gasolina nos postos
Órgão regulador do setor dá 15 dias para distribuidoras explicarem por que redução não chega ao consumidor final
As principais distribuidoras de combustíveis no Brasil terão até 15 dias para responder à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) sobre os repasses de cortes no preço da gasolina nos postos, que têm ficado inferiores às reduções implementadas pela Petrobras em suas refinarias.
O preço médio da gasolina praticado pela Petrobras nas refinarias acumula queda de quase 20% em novembro, enquanto nos postos a redução medida pela ANP foi de 3,29%, entre o fim do mês passado e a última semana.
“Dessa forma, foi observada a redução significativa de preços da gasolina A pela Petrobras, sem que essa decisão tenha chegado ao consumidor final”, disse a ANP.
O pedido, segundo informou a ANP nesta terça-feira (27), atende à atribuição le- gal da autarquia de zelar pela proteção do consumidor quanto a preços, qualidade e oferta de produtos.
Em nota, a ANP reiterou que tem adotado várias medidas para dar maior transparência à formação de preços e solicitado informações dos agentes periodicamente.
Conforme a Folha noticiou na sexta-feira (23), os postos de gasolina não têm repassado a queda nos preços para as bombas, aumentando seus lucros.
A margem de lucro dos postos brasileiros com a venda de gasolina aumentou 27,2% desde que a Petrobras começou a reduzir o preço do combustível nas refinarias, de acordo com a ANP.
Essa alta é um dos fatores que vêm impedindo o repasse total da queda da gasolina ao consumidor, ao lado dos impostos estaduais, que ainda não acompanharam a redução.
Segundo a ANP, a fatia que fica com os postos chegou na semana passada a R$ 0,542 por litro, o maior valor desde a virada de maio para junho, quando a paralisação dos caminhoneiros provocava problemas de abastecimento no país.
A principal distribuidora de gasolina no Brasil é a BR, controlada pela própria Petrobras, que respondeu por 24,14% de participação nas vendas no primeiro semestre deste ano.
Em segundo lugar está a Raízen, controlada pela Cosan e pela Shell , com 20,25% no mesmo período, e em terceiro está a Ipiranga, do Grupo Ultra , com 19,34%.
Já o setor de postos é mais pulverizado, com milhares de revendas espalhadas pelo Brasil.
Procuradas, BR, Raízen e Ipiranga não responderam aos pedidos de comentários. A Fecombustíveis, que representa os postos, e a Plural, entidade que representa das distribuidoras, também não se pronunciaram.