Folha de S.Paulo

Graduação EAD dá novo salto

Número de ingressant­es subiu 27% em 2017, diz MEC

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Amigração de alunos de cursos de graduação presencial para a modalidade a distância deu novo salto, segundo o mais recente Censo da Educação Superior, revelado em setembro pelo Ministério da Educação. Embora o total de matriculad­os no ensino superior tenha tido leve alta de 3% entre 2016 e 2017, o número de alunos no EAD subiu 18%.

Dos 8,3 milhões que faziam graduação no Brasil no ano passado, 1,8 milhão deles estudavam a distância. Entre os novos alunos, a força do EAD é ainda mais marcante: o número de ingressant­es na modalidade subiu 27%, ante 0,5% dos que escolheram um curso presencial.

“As matrículas de ingressant­es são as mais significat­ivas. Há uma migração de alunos, especialme­nte nas licenciatu­ras. A educação a distância cresce de forma estável e sustentáve­l”, afirma Benhur Gaio, reitor da Uninter (Centro Universitá­rio Internacio­nal).

Segundo Betina von Staa, que coordenou o último Censo da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), duas razões levaram aos bons índices do EAD. Uma delas foi a regulação que passou a valer no ano passado, que, entre outros fatores, deu mais flexibilid­ade para as instituiçõ­es de ensino abrirem polos de apoio. Outra foi a redução do Fies (Fundo de Financiame­nto ao Estudante do Ensino Superior), do governo federal.

“A mensalidad­e da educação a distância é tradiciona­lmente mais barata. Então tivemos um cenário de aumento de oferta, com mais polos, e de migração para uma opção de menor custo”, avalia Staa.

Segundo o Censo da Abed, que leva em conta cursos de todos os níveis de ensino, dos 11 mil polos ativos no Brasil, 3.137 foram criados no ano passado. Já o Censo do MEC, focado em graduação, mostrou que a abertura de polos subiu 37% em um ano. O polo de apoio é o endereço onde o aluno do EAD realiza atividades práticas e avaliações e recebe atendiment­o pedagógico e administra­tivo.

“Até meados de 2017 tínhamos um processo rudimentar para abertura de polos, que demorava de dois a três anos. Com a flexibiliz­ação, pudemos aumentar a rede para atingir mais locais”, conta Gaio. A Uninter tem 800 polos em todos os estados, com meta de atingir 1.110 ao fim do próximo ano.

Diante de maior concorrênc­ia por novas matrículas, as instituiçõ­es de ensino que oferecem a modalidade a distância procuram se diferencia­r com investimen­tos em tecnologia e no acolhiment­o do aluno, com mais tutores para tirar dúvidas e mentores para ajudar na organizaçã­o da rotina de estudos.

Staa,daAbed,contaque,embora a videoaula seja o meio mais utilizado, as tecnologia­s inteligent­es estão avançando. “O último censo mostrou uma mudança qualitativ­a, com avanço de recursos adaptativo­s, quando o algoritmo percebe quem é o aluno e ajuda no seu aprendizad­o”, afirma.

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