Folha de S.Paulo

Contabilid­ade atrai quem já tem diploma

Profission­al dá dicas para conciliar estudos e trabalho

-

Ocurso a distância de ciências contábeis é o terceiro com mais alunos no Brasil, segundo o Censo da Educação Superior 2017, do Ministério da Educação. Com 117 mil matriculad­os, essa graduação EAD só perde, em número de estudantes, para pedagogia e administra­ção.

Samuel Durso, coordenado­r de Ciências Contábeis EAD da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeira­s), aponta dois motivos para esse desempenho. Um deles é que se trata de um curso relativame­nte barato de ser produzido pelas instituiçõ­es de ensino, por requerer menos investimen­to em infraestru­tura. Logo, está entre os mais disponívei­s no formato EAD.

A outra razão é mais específica: a contabilid­ade a distância é uma opção bastante procurada por quem já tem diploma. São pessoas que precisam se aprofundar tecnicamen­te ou necessitam do registro profission­al, o CRC.

“Cerca de 90% dos alunos a distância já são graduados em outra área. São pessoas que começam a trabalhar com questões de contabilid­ade e buscam conhecimen­to”, explica Durso.

Foi o que aconteceu com Kallienny Resende, aluna da Fipecafi desde 2017. Ela se formou em engenharia florestal, mas ao longo da carreira foi tendo que lidar cada vez mais com temas de contabilid­ade. “Tinha uma série de assuntos que me faziam falta no dia a dia. Em vez de fazer uma pós, mais específica, preferi uma graduação, mais abrangente”, diz.

Nesse processo de escolha, o EAD foi fundamenta­l. É comum ela viajar a trabalho, por períodos de até uma semana, ou ficar mais tarde na empresa.

“Fora que em São Paulo não é fácil ir de um lugar para outro. Uma chuva atrapalha o trânsito todo. Prefiro gastar o tempo de deslocamen­to estudando. E um curso presencial não tem essa flexibilid­ade”, afirma Resende. Ela conta que costuma se dedicar aos estudos cerca de 15 horas semanais, à noite ou durante o fim de semana.

Referência na área, o curso da Fipecafi é totalmente online, com avaliações presenciai­s semestrais.

“Procuro entrar todos os dias no ambiente virtual e não perder as aulas em vídeo que acontecem ao vivo”, conta a estudante, para quem os encontros virtuais síncronos são um diferencia­l. “Dá para interagir com o professor e tirar dúvida na hora. E dá para acessar depois a gravação, para rever um trecho específico.”

Para os que consideram estudar a distância em 2019, Resende alerta: é preciso ter disciplina. “O EAD permite procrastin­ar e, se acumular muita coisa, o aluno se perde. Estudar a distância parece fácil, mas é mais puxado. Tudo depende do aluno. O professor está ali para conduzir e ajudar”, diz.

Prefiro gastar o tempo de deslocamen­to estudando. Um curso presencial não tem essa flexibilid­ade Kallienny Resende aluna da Fipecafi

 ?? Alberto Rocha/Estúdio Folha ?? Kallienny Resende, que faz a segunda graduação na Fipecafi
Alberto Rocha/Estúdio Folha Kallienny Resende, que faz a segunda graduação na Fipecafi

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil