Sob Trump, EUA estimulam missões privadas à Lua
A Lua vai ser o lugar mais agitado do Sistema Solar nos próximos anos. Na quinta (29), a Nasa anunciou um programa para estimular missões privadas à superfície do satélite natural. A estratégia é replicar o sucesso com o envio de carga e, em breve, de tripulantes à Estação Espacial Internacional.
Nove empresas foram selecionadas, em grupo que inclui gigantes da indústria aeroespacial, como a Lockheed Martin, e recém-chegadas, como a Astrobotic e a Moon Express.
Cada uma está desenvolvendo seu próprio módulo de pouso e a Nasa espera contratar o envio de equipamentos à superfície lunar por meio delas, com orçamento de US$ 2,6 bilhões (R$ 10 bilhões) em dez anos. A primeira missão poderia já sair em 2019, embora 2020 seja mais realista.
Trata-se do primeiro movimento de realinhamento após diretriz de Donald Trump para tornar a Lua o alvo prioritário da Nasa, com vistas ao futuro envio de astronautas.
Com isso, os EUA começam a recuperar o tempo perdido e a se recolocar nesta nova corrida lunar, que tem até aqui a China como maior expoente.
Por sinal, nos próximos dias deve partir a sonda Chang’e 4, que fará algo jamais realizado na história da exploração lunar: um pouso no lado afastado da Lua. No começo de 2019, será a vez dos indianos, com sua segunda missão científica à Lua, Chandrayaan-2.
O projeto americano, ao despertar o poderio da iniciativa privada, pode tornar o jogo mais interessante. Não é loucura imaginar que teremos ao menos uma tentativa de pouso lunar por ano.
Em paralelo, a Nasa projeta a construção de um complexo orbital lunar para astronautas, o Gateway. A previsão é que o primeiro voo tripulado aconteça em 2023, o que depende do sucesso da futura cápsula Orion e do foguete de alta capacidade SLS.
Isso sem falar no rinoceronte na loja de cristais: a SpaceX. A companhia de Elon Musk desenvolve a Starship, nave que poderia promover missões tripuladas à superfície da Lua a um custo muito inferior. Se ficar pronta em cinco anos, como sugere Musk, isso pode tornar a arquitetura da Nasa ultrapassada. O futuro promete ser animado.