Folha de S.Paulo

Nova lei de licitações tem pontos que facilitam corrupção, dizem entidades

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Apesar de endurecer as punições para fraudes, o projeto que altera a lei de licitações tem brechas que podem facilitar casos de corrupção, segundo entidades do setor da construção críticas à proposta.

O substituti­vo foi aprovado em comissão especial na Câmara na última quarta (5) e aguarda votação em plenário.

Um dos aspectos mais questionad­os é a modalidade de diálogo competitiv­o, em que a administra­ção se reúne com companhias quando diz não ter capacidade para definir qual a modelagem adequada.

O texto estabelece que as reuniões sejam gravadas, mas mesmo assim há margem para favorecime­ntos, segundo Carlos Eduardo Lima Jorge, da Cbic (câmara do setor).

“O administra­dor público que deve decidir qual o formato e o orçamento, não um conjunto reservado de empresas.”

A chance de fraude é reduzida porque qualquer um que atenda os critérios pode participar, e quem não está nas reuniões ainda pode fazer propostas após o edital, segundo técnicos do governo.

Outro ponto que pode facilitar o direcionam­ento a empresas específica­s é o prazo de 60 dias para apresentaç­ão de propostas quando a companhia é responsáve­l pelo projeto básico e executivo, diz Carlos Mingione, do Sinaenco (sindicato do setor).

“Uma empresa maior tem como contratar um grupo de projetista­s, mas a menor, não.”

Discordânc­ias poderão ser trabalhada­s no plenário, mas o relatório passou pelo crivo de várias partes, inclusive o Ministério Público e o Tribunal de Contas, segundo o relator João Arruda (MDB-PR).

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Bruno Santos - 4.out.16/Folhapress Alcebíades Athayde Junior, presidente do laboratóri­o farmacêuti­co Libbs

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