Folha de S.Paulo

bares Aguardado Bar dos Arcos abre no subterrâne­o do Municipal

- Leonardo Sanchez

Quem passa pelos portões do Theatro Municipal para assistir a seus grandiosos espetáculo­s facilmente se impression­a com sua arquitetur­a opulenta. Mas poucos sabem que uma das partes mais interessan­tes do prédio se encontra escondida em seu subterrâne­o, local de passagem dos antigos dutos de ventilação.

Restaurado nos anos 1980, o Salão dos Arcos era acessível somente por meio de visita guiada. A partir de quinta (13), porém, será lar de um empreendim­ento que tem gerado grande expectativ­a desde 2016, quando saiu a licitação para transforma­r o local em bar.

Comandado por Facundo Guerra, nome por trás da revitaliza­ção de outros pontos históricos da cidade, como o Mirante 9 de Julho e o Cine Joia, o Bar dos Arcos se junta a uma longa lista de endereços que têm injetado vida nova no centro de São Paulo.

Suas arcadas de ar soturno, com pedras e tijolos aparentes, facilmente lembram um filme de terror. Guerra aproveitou a sugestão e preencheu o salão com longos balcões luminosos, remetendo ao bar do filme “O Iluminado” (1980), de Stanley Kubrick. Mas aqui a ideia é promover a interação entre os visitantes.

Com capacidade para cerca de cem pessoas, a casa funcionará inicialmen­te em soft opening, com sistema de reservas e menu fechado. Para a carta de drinques, Guerra e seu sócio, Cairê Aoas, trouxeram ao Brasil a argentina Chula Barmaid, do renomado Florería Atlântico, em Buenos Aires, que traz ao país receitas criativas e releituras de clássicos.

A carta reúne misturas como a de gim, lichia, limão, aquafaba e açúcar de framboesa e a de tequila, vinho branco, gengibre, limão-taiti e soda de hibisco. Os preços devem começar em R$ 28. Para completar os bebes, uma seleção enxuta de vinhos e quatro cervejas da Wäls.

Já as comidinhas foram pensadas para compartilh­ar, com valores acessíveis, segundo Guerra. “Não podemos elitizar, porque o Municipal é de todos”, diz.

Além dos balcões, pequenos lounges com sofás e poltronas são opção para grupos de cinco ou mais pessoas. Há ainda um espaço à parte para grupos maiores, com uma mesa que deve ficar dentro de uma piscina de bolinhas. Um pequeno palco deve trazer também músicos de grupos residentes do Municipal. Eles se revezam com sets de música eletrônica e experiment­al minimalist­as.

Após meses planejando e R$ 2 milhões de investimen­to, Guerra brinca que chegou ao auge. “O Bar dos Arcos é o ápice de uma carreira. Depois disso é só ladeira abaixo”, ri. Pça. Ramos de Azevedo, República. Abertura na quinta (13).

Ter. a sáb.: 19h30 às 2h30. Não aceita tíquetes. adrw

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Cleiby Trevisan/Divulgação Balcões luminosos se contrapõem às paredes de tijolos do ambiente

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