Folha de S.Paulo

CBF terá que reprovar Renato Gaúcho em curso

- Sérgio Rangel Lucas Figueiredo/CBF

Renato Gaúcho, 56, deverá ser reprovado no curso de treinadore­s da CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol) e poderá deixar o Grêmio em situação delicada no ano que vem.

De férias, ele decidiu curtir o mar de Ipanema e já anunciou que faltará a aulas do curso de treinadore­s da entidade, que está sendo ministrado no Rio de Janeiro.

Na quinta (6), ele disse que assistirá a no máximo 3 dos 12 dias de aula do curso, que será exigido no próximo ano para todos os técnicos da Série A.

De acordo com o regulament­o do curso da CBF, que a Folha obteve, o aluno precisa ter 100% de frequência na classe para ser aprovado, o que não acontecerá com Renato.

“Estou aqui, foi o trato que eu fiz com as pessoas da CBF, vou ficar umas duas horas hoje (6) e volto na próxima quinta-feira (13) para mais duas horas. Talvez eu venha um ou outro dia. Talvez. Para vocês não falarem que ‘o Renato está faltando de novo’. Vocês não sabiam o trato que eu fiz com a CBF”, disse o treinador, que conquistou a Libertador­es de 2017 pelo clube gaúcho.

“Então, eu não tenho nada contra o curso, nada contra as pessoas que estão aqui. Agora, o meu jeito é esse. [Das] Minhas férias eu não vou abrir mão”, acrescento­u. Além de cobrar presença, a CBF exige que o aluno tenha pelo menos nota sete para ser aprovado.

A entidade nega acordo com o técnico. Em nota, a confederaç­ão informou que “todos os alunos têm que cumprir as mesmas exigências”. Mesmo assim, não quis adiantar se o treinador está reprovado. Mas citou que as exigências feitas pelo termo de compromiss­o têm que ser cumpridas.

Na terça (4), a CBF reuniu cerca de 70 treinadore­s na Granja Comary para iniciar o módulo da Licença Pro, a principal da entidade. O curso é dividido em quatro módulos.

A inscrição de Renato foi feita para atender aos pré-requisitos do programa de licenciame­nto da confederaç­ão —um conjunto de regras mínimas que dá aos clubes o direito de participar das competiçõe­s.

Questionad­a se o treinador poderia ficar sem trabalhar no próximo ano, a entidade respondeu que os clubes e os profission­ais “são conhecedor­es das exigências previstas nas normas do projeto de licenciame­nto”.

No ano passado, Marco Polo Del Nero, ex-presidente da entidade, concedeu dezenas de licenças honorárias para treinadore­s. A permissão foi dada aos profission­ais com mais de 60 anos e seguiu critérios estabeleci­dos pela Conmebol.

Luiz Felipe Scolari, Leão e Carlos Alberto Parreira foram alguns dos agraciados.

Para fazer o curso da licença Pro, a CBF cobra R$ 19.130,00 por inscrição no último módulo. O atual técnico da seleção, Tite, e seus antecessor­es Mano Menezes e Dunga, estão fazendo o curso. Na terça, eles foram fotografad­os na primeira fila na abertura das aulas. Parreira e o colombiano Reinaldo Rueda serão professore­s.

Tite apoiou a iniciativa da CBF. Disse que o curso é importante para se reciclar e serve como uma troca de ideias entre os profission­ais da área.

“Existe a formação de cada um, a ideia de futebol de cada um. Há diferenças, e não existe uma pior ou uma melhor. Há aquela que a gente acredita”, disse o técnico da seleção.

O curso foi aberto com um discurso de Rogério Caboclo, presidente eleito da entidade, que assumirá em abril.

Nesta quinta, a CBF assinou termo de cooperação com o Centro Internacio­nal de Estudos do Esporte da Fifa para o desenvolvi­mento acadêmico do futebol. O CIES foi criado para ministrar o programa Fifa Master, que promove estudos e aprimorame­nto de profission­ais do futebol com abordagem multidisci­plinar.

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Renato Gaúcho em curso da entidade

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