CBF terá que reprovar Renato Gaúcho em curso
Renato Gaúcho, 56, deverá ser reprovado no curso de treinadores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e poderá deixar o Grêmio em situação delicada no ano que vem.
De férias, ele decidiu curtir o mar de Ipanema e já anunciou que faltará a aulas do curso de treinadores da entidade, que está sendo ministrado no Rio de Janeiro.
Na quinta (6), ele disse que assistirá a no máximo 3 dos 12 dias de aula do curso, que será exigido no próximo ano para todos os técnicos da Série A.
De acordo com o regulamento do curso da CBF, que a Folha obteve, o aluno precisa ter 100% de frequência na classe para ser aprovado, o que não acontecerá com Renato.
“Estou aqui, foi o trato que eu fiz com as pessoas da CBF, vou ficar umas duas horas hoje (6) e volto na próxima quinta-feira (13) para mais duas horas. Talvez eu venha um ou outro dia. Talvez. Para vocês não falarem que ‘o Renato está faltando de novo’. Vocês não sabiam o trato que eu fiz com a CBF”, disse o treinador, que conquistou a Libertadores de 2017 pelo clube gaúcho.
“Então, eu não tenho nada contra o curso, nada contra as pessoas que estão aqui. Agora, o meu jeito é esse. [Das] Minhas férias eu não vou abrir mão”, acrescentou. Além de cobrar presença, a CBF exige que o aluno tenha pelo menos nota sete para ser aprovado.
A entidade nega acordo com o técnico. Em nota, a confederação informou que “todos os alunos têm que cumprir as mesmas exigências”. Mesmo assim, não quis adiantar se o treinador está reprovado. Mas citou que as exigências feitas pelo termo de compromisso têm que ser cumpridas.
Na terça (4), a CBF reuniu cerca de 70 treinadores na Granja Comary para iniciar o módulo da Licença Pro, a principal da entidade. O curso é dividido em quatro módulos.
A inscrição de Renato foi feita para atender aos pré-requisitos do programa de licenciamento da confederação —um conjunto de regras mínimas que dá aos clubes o direito de participar das competições.
Questionada se o treinador poderia ficar sem trabalhar no próximo ano, a entidade respondeu que os clubes e os profissionais “são conhecedores das exigências previstas nas normas do projeto de licenciamento”.
No ano passado, Marco Polo Del Nero, ex-presidente da entidade, concedeu dezenas de licenças honorárias para treinadores. A permissão foi dada aos profissionais com mais de 60 anos e seguiu critérios estabelecidos pela Conmebol.
Luiz Felipe Scolari, Leão e Carlos Alberto Parreira foram alguns dos agraciados.
Para fazer o curso da licença Pro, a CBF cobra R$ 19.130,00 por inscrição no último módulo. O atual técnico da seleção, Tite, e seus antecessores Mano Menezes e Dunga, estão fazendo o curso. Na terça, eles foram fotografados na primeira fila na abertura das aulas. Parreira e o colombiano Reinaldo Rueda serão professores.
Tite apoiou a iniciativa da CBF. Disse que o curso é importante para se reciclar e serve como uma troca de ideias entre os profissionais da área.
“Existe a formação de cada um, a ideia de futebol de cada um. Há diferenças, e não existe uma pior ou uma melhor. Há aquela que a gente acredita”, disse o técnico da seleção.
O curso foi aberto com um discurso de Rogério Caboclo, presidente eleito da entidade, que assumirá em abril.
Nesta quinta, a CBF assinou termo de cooperação com o Centro Internacional de Estudos do Esporte da Fifa para o desenvolvimento acadêmico do futebol. O CIES foi criado para ministrar o programa Fifa Master, que promove estudos e aprimoramento de profissionais do futebol com abordagem multidisciplinar.