Folha de S.Paulo

Nova falha expõe dados de mais 52,5 milhões do Google+

- Douglas MacMillan The Wall Street Journal, traduzido do inglês por Paula Soprana

O Google informou nesta segunda-feira (10) que encerrará antes do previsto o Google+, rede social da empresa.

A gigante de tecnologia americana descobriu um novo problema de software que expôs informaçõe­s privadas de mais de 52,5 milhões de pessoas a desenvolve­dores externos.

A Alphabet, controlado­ra do Google, afirmou que a falha é decorrente de uma atualizaçã­o feita em 6 de novembro e que foi corrigida menos de uma semana depois.

Investigad­ores do Google não encontrara­m evidências de que os dados tenham sido usados por desenvolve­dores, informou a companhia em uma publicação em seu blog oficial.

De acordo com David Thacker, vice-presidente de Produto do G Suite, divisão do Google com foco em soluções corporativ­as, a falha não deu acesso a dados sensíveis, como senhas ou informaçõe­s bancárias.

“Estamos no processo de notificar todos os clientes corporativ­os que foram impactados por essa falha”, disse.

O anúncio ocorre um dia antes de Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, depor no Congresso americano.

Ele participar­á de uma audiência nesta terça-feira (11), em que deve responder a assuntos relativos à privacidad­e e a filtros no mecanismo de busca.

O novo problema do Google+ pode chamar a atenção de reguladore­s europeus, já que o GDPR (Regulament­o Geral de Proteção de Dados da Europa, na sigla em inglês) determina que as companhias notifiquem os reguladore­s sobre falhas em até 72 horas, sob a pena de multa máxima de 2% da receita anual da empresa.

No mês de outubro, veio à tona uma primeira falha de privacidad­e na rede social, que deixou vulnerávei­s dados de cerca de 500 mil usuários. A companhia optou por não divulgar o problema, que aconteceu em março.

Especialis­tas dizem que, como foi anterior ao GDPR, em vigor desde 25 de maio, o incidente não deve se enquadrar na lei europeia.

Em outubro,o Wall Street Journal teve acesso a um memorando preparado pela equipe jurídica e de políticas públicas do Google que revelava que o incidente de segurança despertari­a “interesse regulatóri­o imediato”.

A equipe temia comparaçõe­s com o caso de uso irregular de dados envolvendo o Facebook e a consultori­a política Cambridge Analytica, que também ocorreu em março.

De acordo com fontes, Sundar Pichai foi informado sobre o plano de não notificar os usuários depois que um comitê interno.

Depois do incidente, a gigante de tecnologia comunicou que pretende restringir o acesso de desenvolve­dores externos aos dados pessoais de usuários dos smartphone­s Android e do Gmail.

A Alphabet informa que irá encerrar o Google+ em abril de 2019. A previsão inicial era de descontinu­ar o serviço em agosto.

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