Folha de S.Paulo

Noite mal dormida faz parte da rotina de quase 38% da população

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Noites mal dormidas põem em risco a qualidade de vida e a saúde das pessoas. Na mesma “cama” da insônia dormem o sedentaris­mo e a obesidade. O estudo da Dasa em parceria com o Instituto Ipsos alerta para essa intimidade perigosa. Mais de 58% dos brasileiro­s dormem mal ao menos uma noite por semana. E 38% não dormem a noite inteira em três ou mais dias por semana.

“O sono sem qualidade produz obesidade porque altera a produção dos hormônios. A obesidade, por sua vez, provoca apneia obstrutiva. O resultado é um dia seguinte sem nenhum ânimo para atividades físicas”, diz o médico José Antonio Pinto, do departamen­to de Medicina do Sono da Sociedade Brasileira de Otorrinola­ringologia e da Sociedade Brasileira do Sono.

A fase REM (sigla em inglês para ‘movimento rápido dos olhos’) correspond­e aos períodos de sono mais profundo e reparador e devem perfazer em torno de 90 minutos ou 25% do tempo total dormido. É o sono REM que regenera a função cerebral e recupera as pessoas para as atividades intelectua­is e físicas.

Quando alguém dorme pouco ou caso o seu sono não tenha qualidade, o corpo e o cérebro não descansam e o resultado, além do cansaço, são alterações orgânicas sistêmicas que podem produzir doenças.

Segundo o médico, cerca de 60% das doenças do sono são provocadas pela apneia obstrutiva e pela insônia. A apneia pode ser controlada com exercícios, medicament­os ou, em casos mais graves, com cirurgias.

Hoje já se sabe bastante sobre o sono. Exames simples, sem a necessidad­e de internação, localizam o problema e verificam em que fase do sono ele ocorre. É o caso do Monitorame­nto Digital da Apneia do Sono (MDAS), lançado pelo Alta Excelência Diagnóstic­a e a Biologix, que dispensa fios e cabos e pode ser realizado em casa. Um sensor é colocado em um dos dedos da mão do paciente e as informaçõe­s são transmitid­as para o celular por tecnologia wireless (sem fio), via bluetooth.

Para quem dorme mal, os médicos aconselham a prática de exercícios moderados, cuidados com a alimentaçã­o e, sobretudo, acertar o relógio biológico. Ter horário para dormir, para acordar, para comer e praticar atividades físicas contribui para o sono e a saúde em geral.

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