Nos EUA, crítica a McCain tem mais atenção que Bolsonaro
New York Times, CNN e até Fox News destacaram mais, da coletiva de Trump e Bolsonaro, o ataque do americano ao senador John McCain, assunto interno dos EUA. Trump declarou que nunca foi e jamais será fã de McCain, adversário morto no ano passado.
Quanto a Bolsonaro, na home e no aplicativo, o NYT manteve ao longo da terça só a chamada “Novo presidente do Brasil ameaça pulmões do planeta”, para artigo de Carol Giacomo, editorialista do jornal, ilustrado por foto da líder indígena Sônia Guajajara. O relato da entrevista, sem atenção, foi editado internamente com o enunciado “Para Trump, presidente do Brasil é como olhar no espelho”.
Sobre Bolsonaro, em seu site, a CNN afirmou em título que ele “bajula” Trump.
O Washington Post, ao noticiar a entrevista, deu a chamada “Vergonha: Enquanto Bolsonaro visita Trump, brasileiros tuítam o seu constrangimento”. Depois acrescentou a análise “Trump vê muito o que gostar no líder de extrema direita do Brasil”.
Wall Street Journal e Fox News, veículos do magnata Rupert Murdoch, próximo de Trump, enfatizaram ambos que o presidente americano, na chamada do canal para a coletiva, “diz que está considerando ‘fortemente’ [estender] privilégios da Otan para o Brasil”.
fox news pergunta A repórter Shannon Bream afirmou com orgulho no Twitter, antes da veiculação de sua entrevista com Bolsonaro na Fox News, que o questionou sobre o assassinato de Marielle Franco. A simples pergunta, “Se você teve alguma ligação com aquele assassinato”, provocou ondas de indignação brasileira online contra o canal americano.
antiamericano Mas o que ecoou mais da cobertura da Fox News foi uma chamada para a entrevista, com afirmações como: “Ninguém emulou [imitou] Trump mais do que o presidente do Brasil. Mas o ex-capitão de extrema direita tem um longo currículo de comentários que são antitéticos [contrários] aos valores americanos, especialmente em relação à comunidade LGBTQ. No momento, a relação dele e de sua família com policiais corruptos e gangues paramilitares é que estão fazendo manchetes”.
eua & china No fim da coletiva, também tratando de questão alheia a Bolsonaro, Trump respondeu que as negociações com a China estavam indo “muito bem”. O Financial Times citou a declaração e outras fontes para dar manchete sobre a viagem de dois secretários dos EUA à China. Na manchete do WSJ, “Negociação EUA-China é retomada para empurrão final”. A previsão é de acordo já em abril.