Folha de S.Paulo

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- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O estirament­o da relação do governo Jair Bolsonaro com o Congresso explicitou as fragilidad­es da atual gestão para setores que antes apoiavam o governo incondicio­nalmente. Pela primeira vez, o presidente foi amplamente criticado por atores importante­s do mercado que se posicionar­am ao lado do comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na queda de braço entre os Poderes. Governador­es e parlamenta­res planejam um ultimato aos militares, vistos como tutores do Planalto.

VOCÊ AMANHÃ

Para operadores do mercado financeiro, Bolsonaro tem tropeçado nos próprios pés de maneira sistemátic­a, mas agora colocou em risco a votação da reforma da Previdênci­a. A incapacida­de do presidente de estabelece­r diálogo com o Parlamento fez com que ele fosse chamado por investidor­es nesta sexta (22) de “Dilma de calças”.

QUEM PARIU MATEUS

Governador­es simpáticos a Bolsonaro e dirigentes partidário­s já falam em um chamado aos militares, tanto para cobrar uma atitude incisiva de correção de rumos como para abrir canais de diálogo permanente sobre o cenário político.

SANTA CEIA

O incômodo de deputados de diversos matizes foi explicitad­o de maneira cristalina a integrante­s da cúpula do Exército nesta sexta. Em meio à crise, o comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos, recebeu integrante­s da bancada de São Paulo para um almoço.

NOSSO HOMEM

O encontro foi chamado para que os militares falassem sobre a proposta de reestrutur­ação da carreira e de mudanças na aposentado­ria, mas a conversa foi além. Houve crítica à “inexperiên­cia de Bolsonaro”. Os fardados, por sua vez, destacaram o papel do vice, Hamilton Mourão.

SEM AVENTURA

O general Ramos fez questão de se colocar radicalmen­te contra uma intervençã­o na Venezuela — contrarian­do o flerte de pessoas próximas ao presidente com o uso das Forças.

HOMENS AO MAR

Militares que fazem parte do governo ficaram irritados com o fato de nenhum integrante do Planalto ter defendido a categoria de críticas disparadas por Olavo de Carvalho. Ao contrário: o escritor foi convidado de honra em jantar com Bolsonaro nos Estados Unidos.

UM POR TODOS

A explosão de Rodrigo Maia, que ameaça lavar as mãos e deixar a articulaçã­o da reforma da Previdênci­a exclusivam­ente com o Planalto, foi sucedida por uma série de conversas em que deputados elencaram medidas de afronta ao governo.

TODOS POR UM

Além de derrubar o decreto que extinguiu a exigência de visto para americanos, o centrão planeja modificar a medida provisória que redesenhou a Esplanada, inclusive reduzindo o número de ministério­s de 22 para 15.

AJUIZADO

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) atua como bombeiro. Ele não só defendeu publicamen­te a atuação de Maia como também telefonou ao democrata. Quer um encontropa­raserenarâ­nimos.

QUANDO DEUS QUISER

O presidente da Comissão de Constituiç­ão e Justiça, Felipe Francischi­ni (PSL-PR), não dá mais prazo para anunciar o relator da reforma da Previdênci­a e nem previsão de votação.

TÃO SÓ

Amigos do ex-presidente Michel Temer manifestar­am profunda preocupaçã­o com o ânimo dele, após relatos recebidos nesta sexta (22). O emedebista aparenta muita tristeza e preocupaçã­o.

REALITY SHOW

A ação da Polícia Federal na captura de Temer e de Moreira Franco foi criticada por ministros do STF.

CORAÇÃO DE MÃE

Alexandre de Moraes, que preside o inquérito sobre fake news do Supremo, foi questionad­o se incluiria no pacote da investigaç­ão os relatos de que procurador­es têm estimulado delatores a falarem sobre ministros do STF.

PONTO DE PARTIDA

A pergunta surgiu após reportagem de Veja revelar a menção a um exassessor de Luiz Fux em uma proposta de colaboraçã­o à Lava Jato do Rio.

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