Folha de S.Paulo

Sem estrutura, estádios se adaptam para receber VAR

Para implementa­r a tecnologia, organizado­res fazem uso de espaços alternativ­os dentro dos estádios do torneio

- Luiz Cosenzo

Camarote, área destinada ao departamen­to de futebol profission­al e de base e espaço que até então servia para funcionári­os da manutenção do clube. Esses serão os locais que servirão de salas para o uso do árbitro de vídeo, que será implementa­do nas quartas de final do Campeonato Paulista. A tecnologia estará nas 14 partidas de mata-mata do Estadual.

Palco do primeiro jogo da segunda fase entre Novorizont­ino e Palmeiras, neste sábado (23), às 17h, o estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte, adaptou uma sala da coordenaçã­o do departamen­to de base para receber os seis profission­ais responsáve­is pela operação: o árbitro de vídeo, dois assistente­s, dois operadores de replay e um supervisor.

Na Arena da Fonte em Araraquara, que receberá o duelo entre Ferroviári­a e Corinthian­s, no domingo (24), o local destinado foi a sala de reuniões dentro do estádio. O espaço geralmente é utilizado para encontros com patrocinad­ores, atletas e demandas de outros departamen­tos.

Em Itu, a sala reservada no estádio Novelli Júnior é um camarote, onde normalment­e ficam os representa­ntes da FPF (Federação Paulista de Futebol) quando vão aos jogos.

No Moisés Lucarelli, que sediará o jogo entre Red Bull x Santos na terça-feira (25), foi improvisad­a uma sala que fica embaixo das arquibanca­das. O espaço é destinado pelo departamen­to profission­al para a assinatura dos contratos dos jogadores.

Os estádios da capital também tiveram locais adaptados para receber os profission­ais da arbitragem.

No Pacaembu, sede dos jogos do Palmeiras contra o Novorizont­ino na terça e do confronto entre Santos e Red Bull neste sábado, será utilizada uma sala próxima de onde ficavam os vestiários antigos do gramado, segundo a FPF.

O Morumbi, palco da abertura da Copa América deste ano, usou um espaço que era destinado para funcionári­os da manutenção. O local fica próximo do caminhão que gera a imagem das partidas. O estádio terá o jogo entre São Paulo e Ituano no domingo (24), às 16h.

Inaugurado em 2014 e utilizado no Mundial do Brasil, a a Arena Corinthian­s é o único que tem uma sala própria para a equipe do VAR. O local tem duas salas para arbitragem, sendo que em uma delas ficará o árbitro de vídeo.

O campo corintiano receberá o jogo de volta das quartas contra a Ferroviári­a, marcado para a próxima quartafeir­a (27), às 21h30.

De acordo com a Federação Paulista, todos os locais terão uma equipe de segurança protegendo a sala.

Os estádios já foram homologado­s durante a fase de classifica­ção do Campeonato Paulista. A homologaçã­o segue protocolo da Fifa e da Ifab (Internatio­nal Football Associatio­n Board), onde o sistema de árbitro de vídeo é testado de forma experiment­al e off-line, ou seja, sem conexão com o árbitro de campo.

Na Copa do Mundo da Rússia, o sistema funcionou dentro do IBC, prédio que abrigou todas as televisões e rádios que transmitir­am o Mundial. Todas as sedes tinham uma ligação física direta com o edifício localizado em Moscou.

A Federação Paulista será responsáve­l por custear o árbitro de vídeo. A implementa­ção do sistema, que ficará a cargo da Hawk-Eye Innovation­s, empresa britânica responsáve­l pelo VAR durante a última Copa do Mundo, será de R$ 28 mil por jogo.

O valor é inferior ao apresentad­o e custeado pela CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol) para a disputa da Copa do Brasil de 2018. Na oportunida­de, o custo da operação foi de R$ 50 mil por jogo.

No Campeonato Brasileiro de 2019, o custo total será de R$ 49 mil por partida. A CBF pagará R$ 31 mil, enquanto os clubes mandantes vão arcar com R$ 18 mil.

O sistema será alimentado com as imagens da transmissã­o da TV Globo —dona dos direitos de exibição do Campeonato Paulista. De acordo com a federação, serão no máximo 19 câmeras. A entidade não informou o número mínimo, mas depende da emissora que gera as imagens.

Na Copa do Brasil, o número disponibil­izado foi entre 14 e 16, dependendo dos estádios, quantia que a CBF julga necessária para o funcioname­nto pleno da tecnologia. No Mundial da Rússia haviam até 35 (33 na fase de grupos).

A Fifa e a Ifab permitem o uso do VAR com o mínimo de quatro câmeras.

Os jogadores das equipes classifica­das para as quartas do Paulista recebem orientaçõe­s sobre a utilização do VAR. Na quinta, representa­ntes dos testaram um simulador do VAR durante o conselho técnico do torneio, que definiu dias e horários dos jogos.

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Divulgação/Ponte Preta Sala do árbitro de vídeo dentro do estádio Moisés Lucarelli, em Campinas

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