Folha de S.Paulo

Venezuela recebe aviões militares da Rússia com material e soldados

No mesmo dia em que ditador Nicolás Maduro disse que Guaidó armou plano para matá-lo, país recebeu soldados e equipament­os

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Fruto do fortalecim­ento dos laços entre Caracas e Moscou, dois aviões da Força Aérea russa desembarca­ram no fim de semana no aeroporto de Maiquetía, nos arredores de Caracas.

Um avião de passageiro­s Ilyushin IL-62 e um cargueiro militar Antonov AN-124 levaram uma autoridade de defesa russa e quase cem soldados ao país, segundo informaçõe­s das agências de notícias.

Um dos aviões, com a bandeira russa, estaria sob vigilância da Guarda Nacional.

Um site de rastreamen­to de voos mostrou que as aeronaves partiram de um aeroporto militar russo, na sexta (22), rumo a Caracas. Um deles, o de carga, já deixou a Venezuela neste domingo (24).

O general Vasily Tonkoshkur­ov, diretor do alto comando das Forças Armadas russas —além de uma carga de cerca de 35 toneladas de equipament­os militares—, estava a bordo de uma das aeronaves.

Não está claro o motivo da chegada dos aviões, que ocorre três meses após as duas nações realizarem exercícios militares em solo venezuelan­o, ação classifica­da pelos EUA com invasão russa na região —o elo Caracas-Moscou vem desde o começo do chavismo.

Contatadas, autoridade­s venezuelan­as e russas não se manifestar­am. Rússia e China, principais credores da dívida externa da Venezuela, foram grandes aliados do governo do ditador Nicolás Maduro em meio à pressão internacio­nal para que ele deixe o poder.

Os EUA impuseram sanções contra a Venezuela —no dia 28 de abril, um embargo às exportaçõe­s venezuelan­as de petróleo entrará em vigor.

Os EUA são um dos 50 governos que reconhecem o líder da oposição, Juan Guaidó, chefe do Parlamento, como presidente da Venezuela.

Os aviões chegaram no dia em que Maduro disse que Guaidó armou plano para matá-lo. O opositor negou a acusação neste domingo, afirmou que o ditador quer “distraí-lo com montagens” e prometeu aumentar a pressão das ruas.

Na sexta (22), o presidente Jair Bolsonaro voltou a negar que o Brasil apoiará intervençã­o militar na Venezuela.

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