Folha de S.Paulo

Por que deu tricolor

O São Paulo jogou bem e até mereceu uma vitória por placar mais elástico

- Juca Kfouri Jornalista e autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP

Prometidos os porquês de uma eventual vitória do São Paulo sobre o favorito Ituano, eilos abaixo.

O tricolor fez seu melhor jogo nesta temporada; fez valer o fator Morumbi e mandou no jogo desde o começo, mesmo quando não conseguia ser perigoso; improvisad­o na lateral-direita, Hudson neutralizo­u o menino Martinelli e impediu a melhor jogada do adversário pela esquerda de seu ataque; o garoto Antony mais uma vez pôs fogo no jogo com seu atreviment­o.

Ah,sim,nadadissos­erviriapar­a coisa alguma não fossem os gols. E o São Paulo fez dois, um em cada tempo, ambos com outro jovem, Igor Gomes, e ainda carimbou as traves do Ituano duas vezes no segundo tempo.

De quebra, Everton Felipe sofreu pênalti que o VAR não conferiu porque não tinha comunicaçã­o com o árbitro, o que dispensa comentário­s.

Quando o placar moral era de, no mínimo ,3 a 0 para os donos da casa, e 4 a 0 não seria exagero, eis que Thiago Volpi não cortou um escanteio na pequena área e o pequeno atacante Morato descontou, mantendo viva a possibilid­ade de classifica­ção de seu time no jogo de volta.

Volpia a bava de faze rum ad efes aça, a que originou o escan- teio, mas falhou e deixou aberta a disputa por vaga nas semifinais.

Verdade que se o São Paulo jogar em Itu como jogou no Morumbi, com apenas 18 mil torcedores, muito provavelme­nte assegurará o lugar dele na próxima fase.

Em bom português: o favoritism­o mudou de lado porque no futebol, como na vida, nada como um dia depois do outro.

Convenhamo­s, porém, rara leitora tricolor e raro leitor tricolor, melhor seguir dizendo que o time é azarão.

Panamáu!

A seleção brasileira perdeu para Honduras por 2 a 0, pelas quartas de final da Copa América, em julho de 2001, e em junho de 2002, pela final da Copa do Mundo, ganhou da Alemanha pelo mesmo placar.

O empate 1 a 1 com o Panamá significa apenas o sabido: o futebol brasileiro está em fase abaixo da crítica.

VAR acusado

O Palmeiras jogou mal contra o Novo rizontino,d eve o 1 a 1 a Fernando Prass, que falhou no 1 a 0 e evitou o 2 a 0 ao defender pênalti. O goleiro reclamou do VAR, que acertou no pênalti e deixou dúvida sobre o gol interioran­o. O que não justifica a choradeira alviverde.

Melhor seria virar as costas para o Paulistinh­a.

Camisa joga?

Uma das eternas discussões do futebol é sobre o peso das camisas de um time. Há quem diga que camisa não joga e é possível que tenha razão.

Mas, se não joga, como explicar a tremedeira do Red Bull diante do Santos? Como explicar tantos erros infantis?

O gramado do estádio do Pacaembu parecia brasa sob os pés campineiro­s, derrotados por 2 a 0 e com missão hercúlea pela frente.

Fiscal punido

O novo presidente do Conselho de Orientação e Fiscalizaç­ão do Palmeiras, Tommaso Mancini, foi punido, na gestão de Paulo Nobre, acusado de vender os ingressos que recebia como conselheir­o.

Bilhetes com o seu nome, e de mais quatro outros conselheir­os, foram apreendido­s com cambistas.

Em vez de expô-los, Nobre os chamou e avisou que eles deixariam de recebê-los.

Mancini nega a ocorrência e diz que Nobre se desculpou pelo “mal-entendido”, o que o ex-presidente desmente.

O situacioni­sta Mancini se elegeu na sexta-feira (22) por 10 votos a 8.

Porque Nobre não votou, ao manter a promessa de não pisar no clube e, também, porque outro ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, votou em Mancini.

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