Clubes argentinos se unem em repúdio à ditadura
Clubes de futebol argentinos se juntaram no domingo (24) para lembrar o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça e subiram a hashtag #NuncaMás em repúdio ao golpe de Estado que iniciou uma ditadura civil-militar no país em 1976.
A data foi instituída como homenagem aos 30 mil desaparecidos políticos do regime.
As maiores equipes argentinas —como River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing e Estudiantes— divulgaram mensagens de apoio ao movimento de repúdio ao golpe.
“O Racing tem claro que Nunca Mais é um símbolo intimamente ligado à vida”, escreveu o atual líder do campeonato argentino. “Por isso, como integrante das centenas de instituições esportivas e não esportivas que formam parte da sociedade argentina, se incorpora à comemoração do Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça.”
Em 1976, militares, entidades civis e eclesiásticas destituíram e prenderam a presidente María Estela Martínez de Perón. Os anos seguintes foram marcados por violações de direitos humanos, como torturas e perseguição.
O Racing escreveu que o regime tinha um “plano genocida”, “sequestrou, torturou, assassinou e desapareceu com milhares de cidadãos e cidadãs” e “desenvolveu um plano sistemático de apropriação de menores que tirou o direito à identidade de centenas de meninos e meninas.”
O Banfield publicou entrevista com a irmã de uma torcedora do clube desaparecida. “Repudiamos energicamente a ditadura cívico-militar, um capítulo trágico da história de nosso país”, escreveu o Lanús.
Também no domingo, organizações de direitos humanos organizaram uma marcha no centro de Buenos Aires para relembrar o genocídio promovido pelo Estado no período.