Folha de S.Paulo

Bagagem de mão fora do padrão é barrada em 5 aeroportos do país

Passageiro­s com bagagem maior que o permitido têm que ir ao balcão da companhia e despachá-la

- Ana Luiza Tieghi e Júlia Barbon

Passageiro­s de voos nacionais que tentam embarcar com bagagens de mão fora do padrão passaram a ser barrados nesta segunda (13) em cinco aeroportos do país: Congonhas (São Paulo), Santos Dumont, Galeão (Rio de Janeiro), Santa Genoveva (Goiânia) e Salgado Filho (Porto Alegre).

Quem estiver com malas, sacolas e bolsas com medidas acima de 55 cm de altura, 35 cm de largura e 25 cm de profundida­de poderá ter a mala de mão barrada antes da entrada na área de raios X. Nesse caso, o passageiro terá de voltar ao balcão do check-in e pagar para despachá-la. A ação foi criada pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e começou a ser implementa­da, por etapas, no dia 10 de abril.

Ela já estava valendo nos aeroportos Juscelino Kubitschek (Brasília), Afonso Pena (Curitiba), Viracopos (Campinas/SP), Aluízio Alves (Natal), Confins (Belo Horizonte), Pinto Martins (Fortaleza), Guararapes (Recife) e Val-de-Cans (Belém).

A nova norma, que segue o padrão de malas de bordo usado pela Iata (Associação Internacio­nal de Transporte Aéreo), serve para as principais companhias que operam no país: Gol, Latam, Avianca Brasil e Azul.

Fiscais com coletes amarelos param os passageiro­s com malas que estão visivelmen­te perto do limite de tamanho. Eles tentam encaixar as malas dentro de um gabarito de plástico. Se o volume não couber no gabarito, não pode ser levado na cabine.

Em Congonhas, os modelos de malas mais parados no começo da tarde eram aqueles com rodinhas, com o corpo de plástico rígido ou de tecido com bolsos frontais. Os fiscais ajudavam o passageiro a espremer a mala, para tentar encaixá-la no gabarito.

Em um caso, o passageiro foi orientado a tirar um objeto do bolso frontal da bagagem. Depois, foi liberado para o embarque.

Algumas malas que ultrapassa­ram em poucos centímetro­s a altura permitida também foram liberadas. Mas outros passageiro­s, mesmo apertando a mala, não puderam embarcar com o volume.

Foi o caso da servidora pública Juliana Sprotte, 27, de Joinville (SC). Sua mala de plástico não entrou no gabarito por ser larga demais. “Eu medi em casa, mas barraram por causa da alça lateral”, diz. Faltando 50 minutos para a partida do seu voo, ela precisou voltar ao guichê da Latam e pagar R$ 120 pelo despacho.

Por volta do meio-dia, havia quatro fiscais fazendo a triagem das malas em Congonhas. A ação não causava filas ou atrasos. Segundo o coordenado­r dos fiscais, no período da manhã, mais movimentad­o, havia dez funcionári­os.

Em outros espaços do aeroporto, não havia qualquer tipo de material informativ­o sobre a ação que se passava na área de embarque.

A área de check-in da Latam contava com vários gabaritos disponívei­s, mas o mesmo não acontecia no espaço da Gol, que tem máquinas para que o passageiro faça o despacho das malas sozinho. Na área da Azul havia apenas um gabarito.

No Santos Dumont, no Rio, três funcionári­os da Abear faziam a fiscalizaç­ão durante a manhã. Uma das fiscais disse que a principal confusão não era a medida das malas, mas o número de volumes permitidos —só podem ser levados uma mala de mão de no máximo 10 kg e mais um item pessoal, como bolsa ou sacola.

Foi o caso da gerente de vendas Érika Amaral, 42, que carregava três volumes. “Eles só pediram para eu colocar a bolsa dentro da mochila, mas deixaram eu passar porque os itens estavam dentro do tamanho”, disse ela, que afirma achar a medida correta. “Ouvi falar que isso ia começar a valer, eu não acho ruim, não.”

Alguns, porém, se irritaram. “Eu já acho um absurdo ter que pagar para despachar mala”, afirmou uma passageira que não quis se identifica­r, se referindo à resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que prevê a cobrança obrigatóri­a dos despachos desde 2017. “A cada semana, inventam uma regra.”

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Jardiel Carvalho/Folhapress Fiscalizaç­ão de bagagens no aeroporto de Congonhas, em São Paulo

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