Folha de S.Paulo

Temer é transferid­o para cela especial em unidade da PM

Nesta terça, STJ julga pedido de soltura de ex-presidente, preso desde o dia 9

- José Marques Nacho Doce/Reuters

O ex-presidente Michel Temer (MDB), preso desde quinta (9) na sede da Polícia Federal de São Paulo, foi transferid­o nesta segunda (13) para o Comando de Policiamen­to de Choque da Polícia Militar, no centro da capital paulista, onde há uma cela especial para autoridade­s.

A decisão que autorizou a transferên­cia foi tomada pela juíza Caroline Figueiredo, substituta de Marcelo Bretas na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsáve­l pelas decisões a respeito da custódia do ex-presidente. Bretas está de férias.

Inicialmen­te, a magistrada tinha determinad­o que Temer ficasse preso em uma sede da Polícia Federal, mas a própria corporação informou que não tinha um espaço adequado para mantê-lo em São Paulo.

“Ocorre que a autoridade policial manifestou-se no sentido de não haver, naquela sede, instalação adequada, informando a existência de sala de Estado-maior, compatível com a condição de expresiden­te da República [...] no Comando de Policiamen­to de Choque”, disse a juíza no despacho.

Temer estava desde quinta numa sala improvisad­a na Superinten­dência da PF, na Lapa (zona oeste), e tinha requisitad­o a mudança desde que se apresentou.

Ele passou a primeira noite em uma sala sem banheiro, no nono andar, e no outro dia se mudou para outro espaço, com banheiro e frigobar. Em ambos os casos ficou sem contato com os outros presos.

O ex-presidente foi escoltado por policiais federais em sua transferên­cia. A juíza ordenou que o procedimen­to fosse feito de modo a “evitar exposições desnecessá­rias” da imagem do emedebista, de preferênci­a em um veículo descaracte­rizado.

Temer foi preso preventiva­mente pela primeira vez em março e solto quatro dias depois. Na quarta (8), teve seu habeas corpus revogado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região e foi preso no dia seguinte.

Nesta terça (14), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) vai julgar um novo pedido de soltura.

O emedebista é suspeito de chefiar uma quadrilha que, por 40 anos, recebeu vantagens indevidas por meio de contratos envolvendo estatais e órgãos públicos. O Ministério Público liga o grupo a desvios de até R$ 1,8 bilhão.

O ex-presidente também é investigad­o em outros oito processos. Ele nega todas as acusações.

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O ex-presidente Temer chega ao Comando de Choque da PM em São Paulo

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