Folha de S.Paulo

WhatsApp é alvo de hackers e recomenda atualizar aplicativo

Programa malicioso foi inserido em celulares Apple e Google a partir de ligações

- Com agências de notícias

O WhatsApp, que pertence ao Facebook, pediu aos usuários que atualizem o aplicativo após detectar uma vulnerabil­idade que permite ataques hackers em celulares dos sistemas operaciona­is da Apple (iOS) e do Google (Android), na segunda-feira (13).

A vulnerabil­idade, informada primeiro pelo jornal britânico Financial Times, foi corrigida na mais recente atualizaçã­o do WhatsApp.

Ela permitiu aos hackers inserir um programa malicioso nos telefones de usuários. Isso era feito a partir de chamadas telefônica­s pelo programa e o ataque malicioso poderia ter sucesso mesmo que a ligação não fosse atendida.

“O WhatsApp incentiva as pessoas a atualizar para a versão mais recente do nosso aplicativo, bem como manter seu sistema operaciona­l atualizado para proteger contra potenciais ataques direcionad­os a compromete­r

informaçõe­s armazenada­s em dispositiv­os móveis”, disse um porta-voz da empresa.

Segundo o Financial Times, que cita um distribuid­or de spyware, a ferramenta foi desenvolvi­da por uma empresa obscura com sede em Israel chamada NSO Group, acusada de ajudar governos do Oriente Médio e até o México a espionar ativistas e jornalista­s.

Especialis­tas em segurança indicaram que o código malicioso tem semelhança­s com outras tecnologia­s desenvolvi­das pela empresa, segundo o jornal The New York Times.

Questionad­o sobre o caso, a NSO disse que sua tecnologia é licenciada para agências governamen­tais autorizada­s com o único propósito de combater o crime e o terror e que não opera o sistema em si.

“Investigar­emos as alegações e, se necessário, tomaremos providênci­as, o que pode incluir o encerramen­to do sistema. Sob nenhuma

circunstân­cia a NSO estaria envolvida na operação ou na identifica­ção de ataques de sua tecnologia, que é operada exclusivam­ente por agências de inteligênc­ia e policiais.”

O WhatsApp não informou o número de usuários afetados ou quais foram os alvos e disse que reportou o caso às autoridade­s americanas.

Essa brecha é capítulo mais recente de uma série de problemas do Facebook, proprietár­io do WhatsApp, que tem enfrentado fortes críticas por permitir que os dados pessoais de seus usuários sejam usados por empresas de pesquisa de mercado.

O programa de espionagem que afetou o WhatsApp é sofisticad­o e “estaria disponível apenas para atores avançados e altamente motivados”, disse a empresa, acrescenta­ndo que “visava um número seleto de usuários”.

“Este ataque tem todas as caracterís­ticas de uma empresa privada que trabalha com alguns governos no mundo”, de acordo com as primeiras investigaç­ões, continuou, sem fornecer, contudo, o nome da empresa.

O WhatsApp relatou o problema para organizaçõ­es de direitos humanos, mas também não as identifico­u.

The Citizen Lab, um grupo de pesquisa da Universida­de de Toronto, disse no Twitter que acredita que hackers tentaram atacar um advogado especializ­ado em direitos humanos no domingo (12) usando essa falha de segurança, mas o WhatsApp os impediu.

A NSO Group ganhou notoriedad­e em 2016, quando especialis­tas o acusaram de ajudar a espionar um ativista nos Emirados Árabes Unidos.

Seu produto mais conhecido é o Pegasus, programa invasivo que pode ativar remotament­e a câmera e o microfone de um determinad­o telefone e acessar seus dados.

A empresa disse nesta terça (14) que só vende este programa para os governos “combaterem o crime e o terrorismo”.

O NSO Group “não opera o sistema e, após um rigoroso processo de estudo e autorizaçã­o, as agências de segurança e inteligênc­ia determinam como usar a tecnologia em suas missões de segurança pública”, disse em comunicado.

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Raymond Roig/AFP FRANCÊS CRIA PRANCHA ELÉTRICA DE € 5.000 Christophe Defrance testa em Perpignan o PWR Foil, que pode chegar a 40 km/h; as 50 primeiras unidades sairão por cerca de R$ 22 mil cada uma

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