Folha de S.Paulo

Trabalhou na construção de Brasília e foi poeta cordelista

GONÇALO GONÇALVES BEZERRA (1939-2019)

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Renata Galf MATZEIVA

PESIA RUCHLEJMER Nesta quarta (15), às 12h, Cemitério Israelita do Butantã, setor C, quadra 21, sepultura 71, av. Eng. Heitor Antônio Eiras Garcia, 5.530, Butantã

EM MEMÓRIA

MARIA CHAMMA DOMINGUES DA SILVA Nesta quarta-feira (15), às 18h30, Igreja São Gabriel Arcanjo, av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista

Gonçalo Gonçalves Bezerra migrou do Ceará para trabalhar na construção de Brasília. Poeta Gongon para alguns; Gonçalo para outros; Gonça para a mulher, o líder comunitári­o tem uma história que se confunde com a de Ceilândia—cidadesaté­lite do Distrito Federal.

Morador de uma das favelas no entorno da capital, sem água, luz ou transporte, reivindica­va do governo melhores condições de vida. Em 1971, sua família foi uma das mais de 14 mil a serem removidas para onde hoje é Ceilândia—a 20 quilômetro­s de onde viviam.

Apenas com ensino primário, passou de servente de pedreiro a fotógrafo do Palácio do Buriti e, mais tarde, poeta de cordel. “Quando ele botava na cabeça um objetivo, ia até o fim”, conta a filha Rosiane.

Aprendeu a literatura de cordel com um amigo em 1977. Em menos de dez anos fundou uma federação que reunia repentista­s de todo país e reivindico­u que fosse construída, em Ceilândia, a Casa do Cantador. Projeto de Oscar Niemeyer, a obra foi inaugurada com a presença do então presidente da República, José Sarney.

“Ele ia na Câmara, no Senado, passava por um, por outro, até chegar ao presidente”, relembra a filha mais velha, Rozalva.

Nascido no Dia da Independên­cia, fazia questão de ir ao desfile do Sete de Setembro no Plano Piloto. “A gente sempre comemorava o aniversári­o dele com um bolo com a bandeira do Brasil”, conta Rosiane.

Casado há 56 anos com Raimunda e evangélico, ia duas vezes por semana à igreja, onde tinha assento na primeira fila.

Morreu em 19 de abril, aos 79 anos. Deixa a mulher, um filho, três filhas e 12 netos.

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