Após operação da PF, prefeito e secretários de Ilhabela são afastados
O prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório (MDB), dois secretários e três servidores foram afastados de seus cargos nesta terça (14) após serem alvo de uma operação da Polícia Federal.
Durante as investigações, a PF identificou a prática de crimes de fraude em licitações, superfaturamento de preços, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa na prefeitura.
Pela manhã, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em residências e gabinetes, três mandados de prisão preventiva, seis mandados de afastamento da função pública e um de medida cautelar.
A PF fez as buscas nos gabinetes e nos imóveis de 21 investigados e apreendeu documentos, computadores, notebooks, tablets e celulares.
Na casa do prefeito, os policiais apreenderam um estojo contendo munição de pistola calibre 380. Tenório foi levado à sede da PF em São Sebastião para dar explicações sobre a origem das munições, já que não possuía documentos sobre posse de armas. Não foi encontrado nenhum armamento em sua residência. Ele será intimado a depor nos próximos dias, segundo a PF.
Na saída da delegacia, o prefeito não quis comentar a operação. Afirmou apenas que vai analisar o processo e que a Justiça está cumprindo seu papel.
Além de Tenório, foram afastados os secretários Osvaldo José dos Santos Julião (Saúde) e Vinícius da Silva Julião (Assuntos Jurídicos), além do diretor administrativo e financeiro da Secretaria do Meio Ambiente, Valdemir Oliveira Almeida, do assessor estratégico e presidente da Comissão Permanente de Licitações, Ubirajara Leite Clementino, e do coordenador de resíduos sólidos, Antônio Ganasevici Teixeira.
Todos foram proibidos pela Justiça de acessarem prédios públicos municipais e de manterem contato entre si.
Almeida havia pedido a prisão preventiva do prefeito, dos dois secretários e dos três diretores, mas o TJ (Tribunal de Justiça) acatou o pedido parcialmente, decidindo apenas pelo afastamento do cargo por tempo indeterminado.
Em nota, a Prefeitura de Ilhabela limitou-se a informar que irá cumprir a determinação judicial e que colaborará com as investigações. A administração não comentou o afastamento dos secretários e dos servidores investigados e a Folha não conseguiu localizar seus advogados.