Folha de S.Paulo

Na contramão do exterior, Bolsa cai e dólar chega a superar R$ 4 com cenário interno negativo

- Júlia Moura

A quarta-feira (15) foi de recuperaçã­o para as principais Bolsas mundiais, que tiveram o segundo pregão positivo após o tombo da segunda (13). O Brasil, entretanto, não conseguiu acompanhar o viés otimista com nova derrota do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

A Bolsa brasileira atingiu o pior nível durante o pregão desde janeiro, aos 90.294 pontos. O dólar acompanhou e operou aR $4 pela manhã.

Na terça (14), oposição e centrão impuseram mais uma derrota ao governo na Câmara. Foi aprovada a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para o plenário da Câmara prestar esclarecim­entos do bloqueio de R$ 7,3 bilhões na pasta aos 513 parlamenta­res.

O episódio deixa investidor­es cautelosos com a aprovação da reforma da Previdênci­a, que depende da boa articulaçã­o do governo com o centrão.

Outro dado preocupant­e foi a confirmaçã­o do Banco Central de que a atividade econômica brasileira registrou retração de 0,68% no primeiro trimestre.

O Ibovespa chegou a cair mais de 2% no início do pregão, quando chegou a 90.294 pontos. Durante o dia, a queda foi amenizada, com melhora no exterior. O índice fechou com recuo de 0,5%, a 91.621 pontos.

O dólar, que bateu R$ 4,0230 na máxima do dia, perdeu força e fechou aR $3,9980, e malta de 0,52%.

No exterior, o índice Dow Jones subiu 0,45%, o S&P 500, 0,58%, e a Nasdaq, 1,13%.

A decisão de Donald Trump de adiarem seis meses o aumentode 25% nas tarifas de carros importados animou os mercados. A medida foi vista como um passo em direção a um acordo comercial com China.

No entanto, após o fechamento dos mercados,Trump assinou ordem executiva quena prática proíbe achinesa Huawe ide operar nos EUA, oque tende a enervar os investidor­es nesta quinta (16).

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