Folha de S.Paulo

Poucos oncologist­as para as necessidad­es do país

Avanços na tecnologia e aumento de cânceres fizeram com que tratamento da doença virasse especialid­ade

- Julio Abramczyk Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq)

Para os 210 milhões de brasileiro­s há somente 3.500 médicos especializ­ados em oncologia, segundo comunicado da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).

Há pouco mais de 60 anos, os pacientes com diferentes tipos de câncer eram tratados por clínicos ou cirurgiões em ambulatóri­os ou hospitais gerais.

Somente em 1953 foi inaugurado em São Paulo o Hospital A. C. Camargo, o primeiro a dedicar-se prioritari­amente a pacientes com câncer. Seu fundador e primeiro diretor foi o professor Antonio Prudente, titular da disciplina de cirurgia plástica da Unifesp (Universida­de Federal de São Paulo) e também um dos fundadores dessa escola médica.

Avanços na tecnologia médica facilitara­m o diagnóstic­o precoce do câncer e importante­s inovações no seu tratamento permitiram maior visibilida­de para essa área médica.

Os resultados foram a evolução da oncologia para especialid­ade e a instituiçã­o de várias residência­s médicas para a adequada formação de novos especialis­tas. Mesmo assim, o número de especialis­tas está abaixo das necessidad­es do país.

Recentemen­te, um novo programa de residência médica em oncologia clínica, elaborado pela SBOC, foi publicado no Diário Oficial da União e será válido para todo o país, com implementa­ção gradual até 2021.

Para o médico Sérgio Simon, presidente da SBOC, a prioridade do programa da residência médica em oncologia clínica é promover o que há de mais avançado na área, visando a melhor formação dos médicos.

São áreas de conhecimen­to específico, considerad­as fundamenta­is pela SBOC para o atendiment­o de pacientes portadores de câncer, como a biologia molecular, a genômica tumoral e a oncogenéti­ca.

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