Curvas e subidas do País Basco exigem calma do motorista
Nas principais estradas, que levam a vilarejos históricos e vinhedos, descanso e velocidades baixas são essenciais
As placas que surgem em um idioma indecifrável indicam que o viajante chegou às rodovias do País Basco. São quilômetros entre vinhedos cujas sedes ficam em estradinhas com aclives acentuados e curvas em sequência, que pedem velocidades baixas.
Se for possível, esses caminhos devem ser percorridos após um ou dois dias de descanso: encará-los sob o efeito de horas de voo e mudança de fuso horário pode resultar em enjoos.
Hélices das torres de energia eólica surgem no topo das encostas ao longo das rotas, e por vezes parece que não vai se chegar a lugar algum. Há pontos em que a estrada tem acostamento estreito e não se vê sinal de casas.
Então se faz uma curva e uma construção que parece ter séculos de história surge à direita. É uma vinícola sem nome aparente, como tantas outras ao longo do caminho. Algumas são abertas a visitação, mas, se beber, não dirija.
Como os caminhos não exigem tração 4x4 nem permi- tem velocidades elevadas, um veículo simples será adequado. Os nomes das estradas são sempre a combinação de letras —que identificam o município ou a província— e números. LR-137, N232a e A-12 são algumas das rodovias que cortam o País Basco.
A região de Álava tem vilarejos com vielas que não comportam nada além de um carro compacto. Se o objetivo da viagem for sair das estradas principais e conhecer esses lugares, a melhor opção é alugar um modelo pequenino.
Nessas áreas, as construções antigas têm cor de areia de praia e há bastante poeira e pólen no ar no início da primavera do hemisfério Norte. Os alérgicos devem evitar essa época do ano.
Há também igrejinhas de arquitetura rústica e, se faz sol, é comum encontrar peregrinos pelas estradas. Eles movimentam as pequenas lojas do município de Elciego, uma cidade que preserva uma aparência medieval.
Em um desses estabelecimentos, uma lata de sardinha conservada em azeite e uma baguete vieram acompanhados de um discurso com críticas aos madrilenhos, para lembrar a existência de movimentos a favor da independência do País Basco.
De volta à estrada, é hora de seguir rumo ao hotel Marques de Riscal, projetado pelo arquiteto Frank Gehry. O contraste do teto ondulado cor-de-rosa com a mistura de verde e palha da paisagem já vale a visita, mesmo que o viajante não se hospede por lá.