Folha de S.Paulo

O buraco negro fiscal impede investimen­tos. Sem a Previdênci­a ficaremos mal

Para ministro, aprovação da reforma da Previdênci­a abriria espaço para 10 a 15 anos de retomada do cresciment­o

- Paulo Guedes ministro da Economia

rio de janeiro | reuters A reforma da Previdênci­a abrirá espaço para o Brasil ter cresciment­o sustentado entre 10 e 15 anos, disse à Reuters nesta quarta-feira (15) o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo ele, sem as mudanças nessa área, o país está fadado a baixo nível de expansão.

“O buraco negro fiscal impede investimen­tos. Com a Nova Previdênci­a, abrimos espaço para 10 a 15 anos de retomada do cresciment­o.”

Desde 2011, o Brasil cresce em média 0,6% ao ano.

O ministro disse que, se a reforma da Previdênci­a for aprovada dentro dos parâmetros propostos que preveem economia de mais de R$ 1 trilhão em dez anos, o Brasil entrará num ciclo econômico virtuoso.

“Com a Nova Previdênci­a, teremos equilíbrio fiscal, retomada de investimen­tos privados, poupança externa, juros mais baixos”, afirmou.

De acordo com ele, a reforma “aumenta a poupança interna, acelera o cresciment­o e a criação de empregos”.

Na terça (14), Guedes sinalizara que a projeção do governo para a expansão do PIB neste ano foi reduzida para 1,5%.

Na manhã desta quarta, o Banco Central divulgou que o IBC-Br, espécie de sinalizado­r do PIB, caiu 0,28% em

Paulo Guedes Ministro da Economia

março na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonal­izado. O resultado foi pior do que a expectativ­a de queda de 0,20% em pesquisa da Reuters.

Os dados oficiais do PIB serão reportados pelo IBGE no próximo dia 30.

“O Brasil hoje é prisioneir­o da armadilha do baixo cresciment­o”, disse Guedes à Reuters. “Sem a Nova Previdênci­a, ficaremos mal”, acrescento­u.

O ministro se disse confiante na aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) que muda a regras das aposentado­rias e aposta no apoio dos presidente­s da Câmara e do Senado. “[Rodrigo] Maia e [Davi] Alcolumbre são excelentes lideranças no Congresso e estou confiante.”

A expectativ­a do governo é que a reforma seja aprovada no segundo semestre, mas até lá há muitos desafios.

Por causa da fraqueza adicional da economia, o governo anunciará no fim deste mês novo contingenc­iamento de recursos, que deve ficar perto de R$ 10 bilhões.

O Executivo ainda tenta no Congresso a aprovação de um crédito adicional para pagar despesas correntes sem infringir a chamada regra de ouro —que proíbe a emissão de dívida para o pagamento de despesas correntes, como salários e aposentado­rias.

O governo precisa ter autorizaçã­o para a liberação de R$ 248 bilhões.

O Brasil hoje é prisioneir­o da armadilha do baixo cresciment­o. Sem a Nova Previdênci­a, ficaremos mal

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