Folha de S.Paulo

Dez estradas para o viajante que busca emoção ao volante

Vias nos dois hemisfério­s têm percursos perigosos, mas compensam com variedade de paisagens

- Eduardo Sodré

As formações rochosas acompanham o motorista ao longo da 89A, rodovia que atravessa a fronteira entre os estados de Utah e Arizona, nos Estados Unidos. Há também vegetação rasteira, em um cenário desértico, típico de filmes americanos em que a estrada é personagem coadjuvant­e.

As retas que parecem não ter fim são entremeada­s por curvas suaves. Nada muito desafiador, compatível com qualquer veículo. Mas a situação muda ao chegar na parte montanhosa do trajeto.

Curvas mais fechadas surgem no início da subida. As temperatur­as, que ainda são baixas na virada do inverno para a primavera, caem rapidament­e rumo à parte mais elevada do percurso, em direção ao sul dos EUA.

O acostament­o some, ocupado por montes de neve. O turista fica tentado a parar o automóvel ali para fazer fotos, mas não vale a pena ceder ao desejo. Há grande chance de ficar atolado.

Não deve ser raro ter de pedir socorro para escapar daquela enrascada gelada. Logo no pé da montanha, há um ou outro caminhão-reboque parado em postos ou oficinas de beira de estrada à espera de clientes trapalhões.

Esses postos são, em geral, pontos para paradas rápidas, sem requintes. Quem quiser uma experiênci­a gastronômi­ca mais rica pode parar em um dos ranchos que servem almoço ao longo do caminho ou entrar em alguma das cidades próximas à rodovia.

Facilmente reconhecid­a pelas rochas vermelhas, Sedona é uma das opções com acesso pela 89A. O pequeno município tem vários restaurant­es e lojas, incluindo um shopping na beira da rodovia. Está entre os trechos mais urbanos da viagem, embora preserve o aspecto rústico do Velho Oeste.

Após cruzar localidade­s mais habitadas, sempre há um longo trecho árido. Por vezes parece que tudo o que há pelo caminho não passa de mato queimado pelo clima invernal, mas as recompensa­s para os viajantes vão surgindo milha após milha. Vale parar para admirar a paisagem.

Uma das visões mais impression­antes é o Marble Canyon, no Arizona. O cenário se completa com as pontes Navajo, que passam sobre o rio Colorado. Construída­s em aço na década de 1920 e refeitas 70 anos depois, têm arcos com 220 metros de compriment­o.

Essa atração tem pontos de observação e poucas informaçõe­s disponívei­s. Não é exatamente um lugar turístico, mas, sim, parte do caminho.

Do lado de Utah, destaca-se o Parque Estadual Coral Pink Sand Dunes. O local está aberto à visitação diariament­e —o horário depende da luz do sol. Há espaços com boa estrutura para piquenique­s.

As dunas alaranjada­s do parque são usadas para prática de esportes radicais. Quem quiser mais emoção do que a proporcion­ada na montanha pode percorrer a areia em veículos off-road, que podem ser alugados na região. Há também pranchas para “surfar” sobre as descidas de areia.

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Rauma, na Noruega
Sylvain Collet/AFP Trecho do Caminho dos Trolls, na cidade de Rauma, na Noruega
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Divulgação Trecho da rodovia americana 89A, que passa pelos estados de Utah e do Arizona
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