Folha de S.Paulo

Na Paulista, partidos de esquerda criticam governo e Fiesp

- Ivan Martínez-Vargas

Parte do dia de paralisaçõ­es, o ato realizado na avenida Paulista na noite desta sexta-feira (14) teve gritos de manifestan­tes e discursos de líderes de esquerda contra a reforma da Previdênci­a.

“Qual moral um presidente que se aposentou aos 33 anos tem para impor goela abaixo uma reforma da Previdênci­a como essa?”, questionou Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado à Presidênci­a pelo PT.

Em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Haddad afirmou que os empresário­s da entidade sonegam impostos e não registram seus empregados. Ele atribui em parte a isso a discussão sobre a reforma.

“Várias categorias cruzaram os braços e pararam. A turma do lado de lá [da direita] estava com saudade [dos protestos]”, disse Guilherme Boulos (PSOL), que também foi candidato à Presidênci­a em 2018.

“É positivo ter tirado a capitaliza­ção e o ataque à aposentado­ria rural, mas nós queremos que tire a redução da aposentado­ria por invalidez, [o aumento] da idade mínima para a aposentado­ria.”

Ele lembrou ainda que o relatório da reforma reviu a proposta de alterar as regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Boulos diz que “a turma da Fiesp há dois anos vendeu a ideia de que tudo se resolveria se aprovasse o teto de gastos; agora é a reforma da Previdênci­a”, que, segundo ele, não corta privilégio­s e prejudica os trabalhado­res mais pobres.

O protesto terminou com um tumulto entre manifestan­tes e policiais.

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