Festival João Rock, 18, atrai paulistanos ao interior do estado
Com paulistanos “rivalizando” com o público nativo, homenageando Brasília e tendo como cenário o interior paulista, o festival João Rock chega à maioridade neste sábado (15) com 16 shows em seus principais palcos em Ribeirão Preto, a 313 km de São Paulo.
Se, em seu nascimento, o festival teve um palco e quatro shows, ao atingir sua 18ª edição contará com quatro palcos —duas estruturas no principal, para apresentações nonstop— e recorde de público.
Das 65 mil pessoas esperadas no evento —cujos ingressos estão esgotados—, cerca de 20% são da capital, índice semelhante ao da cidade-sede do festival. Em 2018, paulistanos foram 14% dos 60 mil visitantes, segundo Luit Marques, organizador do João Rock.
O palco principal, que leva o nome do festival, terá shows de Paralamas do Sucesso, Pitty —que receberá convidados como Larissa Luz e Lazzo Matumbi—, Zeca Baleiro, CPM 22, Scalene, Fuze, BaianaSystem, Marcelo D2, Alceu Valença, além de Emicida e Rael convidam Mano Brown.
“Quando o rock nacional não tinha tanta pujança, não apostamos em quem fazia bilheteria [artistas], o que poderia mudar o conceito do evento. Ficaríamos escravos da fórmula. Com isso, o festival foi ganhando força no meio e se tornou um prazer para bandas e público”, disse Marques.
Criado para abrir espaço a outras vertentes, mas sem se distanciar muito do DNA do festival, o palco Brasil homenageia a cena musical de Brasília, para celebrar as mais de quatro décadas do movimento originado a partir da banda Aborto Elétrico, que surgiu em 1978 e, na década seguinte, resultou na formação de Legião Urbana e Capital Inicial.
Plebe Rude, Raimundos, Tribo da Periferia, Capital Inicial, Natiruts e os músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá (ex-Legião Urbana) se apresentarão a partir das 15h15.
O palco estreou homenageando o Nordeste, há dois anos, e teve no ano passado a celebração da tropicália.
“Criamos o espaço tendo Brasília como musa inspiradora. Tínhamos certeza que seria homenageada em algum momento e agora aconteceu de dar certo. A história de Brasília representa muito para o festival e para o rock.”
O palco Fortalecendo a Cena é destinado a bandas que estão surgindo no cenário.
Feriado terá festival com Elza Soares e Ney Matogrosso
Em meio a uma fazenda a 1.200 metros de altitude, o Forró da Lua Cheia reúne nomes como Ney Matogrosso e Elza Soares a partir do dia 20.
Em Altinópolis (a 343 km de São Paulo), a 29ª edição do festival reunirá 90 atrações nos quatro dias do feriado prolongado de Corpus Christi.
Na quinta, Elza Soares faz participação em cinco músicas no show do coletivo Ilú Oba de Min, formado por mulheres ritmistas que trabalha com as culturas de matriz africana e afro-brasileira.
A noite de abertura terá outros seis shows nos dois maiores palcos, um deles da banda Camisa de Vênus. O destaque na sexta (21) é o Planet Hemp.
Ney Matogrosso apresenta show da turnê “Bloco na Rua” no sábado (22), data que também contará com Xênia França —escalada para o Rock in Rio ao lado de Seal—, Djonga, Sax in the Beats e a banda uruguaia Cuatro Pesos de Propina. Chico César e João Suplicy tocam domingo (23).
Assim como no João Rock, paulistanos já representam a maior fatia do público do festival, que deve atrair 10 mil pessoas a Altinópolis —município com 16 mil habitantes.
“Temos compradores de mais de 260 cidades, de seis países. O festival tem aumentado fronteiras, mas nunca foi planejado em sua origem. Foi acontecendo”, afirmou o organizador do evento, Tiago Machado Lobo e Silva, o Panela.
O Forró nasceu como festa junina entre amigos nos anos 1980 e é realizado sem interrupções desde 1995. A primeira contratação nacional foi Sá & Guarabira, em 1996, que reuniu 700 pessoas.
“A ideia é manter a filosofia da origem. O objetivo é dar espaço para a galera tocar.”
Além da banda uruguaia de ska, artistas do Chile, da França e dos Estados Unidos se apresentarão no festival.
Os ingressos custam de R$ 160 (meia-entrada, um dia) a R$ 420 (quatro dias, com doação de alimento) em forrodaluacheia.com.br.